Quando
estamos observando os escritos do Ap. Paulo, iremos perceber a abordagem
cristológica de Paulo em suas cartas. Ao
analisar a singularidade da cristologia paulina, precisamos nos lembrar de que
não estamos investigando sua originalidade entre as cristologias neo-testamentárias.
Procurar sua originalidade acarretaria a discussão do que separa completamente a
cristologia paulina de outras cristologias neo-testamentárias. Em vez disso,
desejamos analisar o que caracteriza a
cristologia paulina. Dificilmente podemos afirmar que na cristologia paulina há
alguma coisa única, totalmente sem analogia alhures no NT. A preexistência, a
divindade e a humanidade de Cristo são encontradas fora de Paulo. A ênfase no
Cristo crucificado é encontrada
nos evangelhos e também nos Atos, em Hebreus e alhures no NT. A ênfase no fato
de Jesus ser judeu e em sua ressurreição também encontra analogias. Por fim, a ideia
de Cristo como encarnação da Sabedoria divina é encontrada em Mateus. Assim
podemos constatar que Paulo possui uma exegese própria em seus textos, sendo a
sua interpretação gramatical, geográfica e histórica dentro de sua realidade eclesiológica
e cultural. Tendo o cuidado de nesta sua contextualização de assuntos tratados
por outros hagiógrafos do cânon do Novo Testamento, não venha o assunto se
distanciar de suas fontes e fundamentos. Na verdade está Paulo colaborando,
concedendo ao texto e assunto em pauta uma roupagem coadunada com as realidades
do povo ao qual o assunto está sendo discutido. Um aspecto do pensamento de Paulo, foi a maior
força modeladora no resto do universo de seu pensamento, o que pode ser demonstrado
de várias maneiras. Paulo
difere dos evangelhos. Mas também é possível afirmar que o aspecto mais
inconfundível da cristologia paulina é a tipologia do último Adão. Esse tema
cristológico não foi apenas uma tentativa de dar à cristologia do Filho do
homem uma nova explicação para os gentios. Primeiro, as fontes são diferentes; a
cristologia paulina do último Adão recorre ao Gênesis, enquanto o material a
respeito do Filho do homem se baseia em Daniel 7. Além disso, a cristologia do Filho
do homem não tem nada a ver com o fundador de uma nova raça de seres humanos;
concentra- se, de modo mais específico, em um representante de Israel.
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