segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A ALUSÃO DE PAULO AS CARACTERÍSTICAS  DE UM ATLETA



Na linguagem metafórica que Paulo utiliza sobre essa carreira, ele reconhece que precisa aperfeiçoar-se como atleta. A expressão inicial do versículo 12, de 1º.Co.9.12  indica que Paulo tinha consciência de suas limitações. Por isso, ele se vê num estádio correndo com tantos outros corredores, mas tem convicção de que somente um receberá o prêmio (1 Co 9.24). Não se trata de uma competição individualista quando diz que somente um leva o prêmio. Significa que esse “um” inclui todos aqueles que servem a Deus. Todo atleta quando está numa maratona corre para poder alcançar o prêmio final. O apóstolo declara que neste mundo o crente é alguém que procura avançar com denodo na carreira cristã. Paulo declara que havia sido alcançado por Cristo e, portanto, agora procura conquistá-lo. A busca da perfeição era a razão principal de sua vida. Os falsos obreiros pregavam ter alcançado a perfeição e, por isso, não tinham muito que se preocupar. Paulo refuta essa ideia afirmando que “prosseguia para o alvo” (3.14). A doutrina de que “uma vez salvo, salvo para sempre” não encontra respaldo no ensino de Paulo. Muito do comodismo de alguns crentes se baseia nessa falsa ideia de “salvação perfeita”. Sabemos que a obra expiatória de Cristo foi perfeita em relação à pena do pecado. Mas sabemos também que precisamos cuidar da nossa salvação em relação ao poder do pecado na vida cotidiana. Ora, isso faz com que entendamos que até a morte teremos que continuar correndo nesta carreira. Assim podemos compreender que o sentido aplicativo de Paulo, era para a sujeição e obstinação de um atleta, em sua entrega e esforço para alcançar a meta, o seu ideal; na verdade hoje estamos nos entregando para alguns obstáculos que surgem,que não devem nos inibir e nem deter. Precisamos prosseguir nos posicionando como atletas, que se dedicam, numa total busca pelo alvo. O Ap. Paulo quer indicar assim um modelo a seguirmos, a termos como exemplo para alcançarmos os ideais que nos estão propostos na carreira ministerial e vida cristã. 

domingo, 1 de setembro de 2013

ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR E O MOVIMENTO SOCIAL



Pode-se identificar que o campo da administração escolar constitui-se a partir de uma demanda da própria sociedade, quando o capitalismo industrial lança suas bases e impõe a necessidade de formação de mão-de-obra, constituindo-se o processo educativo escolar como espaço para o atendimento desta necessidade. A ampliação da escolarização no início do século XX, em conseqüência disso, torna mais complexa as ações neste meio exigindo uma organização que atendesse a esta demanda.
             Aliado ao espírito de cientificização do período, a administração geral, fruto de elaborações científicas, apresentou-se neste momento como a alternativa adequada frente à legitimação de seu sucesso no âmbito empresarial. Embora ressalvada as tentativas de adequação deste modelo administrativo ao campo educacional, a racionalidade empregada em sua sistemática e funcionamento transplantam para este um modelo que, sob a aparência da neutralidade científica e universalidade, legitimam valores e a conformação de uma divisão do trabalho hierárquica, a exemplo das estruturas e relações sociais capitalistas.
               A década de 1980 torna-se palco de questionamento da racionalidade capitalista no campo educacional, a exemplo do que acontecia em outras esferas sociais. Neste cenário, o modelo de administração vigente é posto em análise, e as elaborações daí decorrentes avançam em relação ao que se apresenta, quando se evoca para a face política da administração escolar, retirando a centralidade da técnica administrativa.
             Ao lado destas elaborações no campo intelectual, a sociedade civil reivindicava, frente ao contexto de redemocratização do país, a participação nas instituições sociais, dentre elas as educacionais. Tem-se, neste período, a legitimação constitucional do princípio de gestão democrática da educação pública. No entanto, também se faz presente neste cenário a política neoliberal, que tem na participação da sociedade civil nas questões sociais o amparo para desviar a atenção do Estado para a esfera da economia.
           Neste sentido, instala-se o paradoxo entre as forças sociais e econômicas no campo da gestão democrática, apontando que este campo continua a se assentar na divisão do trabalho baseado na organização capitalista da sociedade. Uma vez que, ao lado da política neoliberal, a administração no campo empresarial passa a basear-se nos princípios de flexibilização, autonomia e descentralização, decorrente das mudanças na base produtiva, a partir do toyotismo, adquirindo confluência com os pressupostos da gestão escolar. Embora se possa identificar esta inter-relação entre administração capitalista e a gestão escolar, este trabalho investe no potencial de que a participação consciente da comunidade nos espaços democráticos da gestão escolar pode significar a aproximação desta prática aos interesses sociais. 
             Dos primeiros escritos sobre administração escolar no Brasil. Neste sentido, aponta-se a possibilidade de construção de um espaço público democrático, uma vez que a concretização das políticas públicas só é possível no momento em que se traduz em práticas sociais.