domingo, 22 de junho de 2014

AUTONOMIA NA GESTÃO ESCOLAR

Tenho escrito ultimamente alguns textos mais direcionados na educação, pois mesmo este blog, tendo outro foco adoto a transdisciplinaridade. 

Por autonomia neste artigo quero dizer pela ação de liberdade de expressão, ou seja, todos tem o direito de expor suas ideias e propor mudanças, inclusive o corpo docente de desenvolver suas próprias metodologias e práticas pedagógicas.  A escola que através de sua gestão considera a autonomia, possibilita meios para que esta seja efetiva no espaço escolar; conduzindo os seus alunos e professores a pratica da problematização e criticidade dos conteúdos e métodos, fazendo sempre uma leitura e releitura dos espaços de suas ações para produzir uma educação contextualizada aos horizontes de sua efetivação social e educacional.

          A autonomia do aluno, deve ser valorizada pelo professor, como uma oportunidade de um confronto ideológico resultado desta dialética professor aluno. Corrêa (2006, p.151) considera os alunos como “treináveis” e sobre eles diz: “Os treináveis são os que podem ficar soltos, que tem liberdade de escolha e vontade própria, adequadas para o controle a céu aberto”. Nesta perspectiva o aluno não pode ser reprimido no espaço escolar e na sala de aula, suas ideias e posicionamentos devem ser ouvidos pelo professor, que deve por sua vez avaliar a dimensão destas ideologias construídas por seus alunos, não com censura, mas oportunizando-as para o dimensionamento do ensino, que foca no futuro dos seus alunos, lhes introduzindo a uma criticidade que não é anárquica mas progressista. Portanto a gestão escolar que prioriza está pratica, se mobiliza para ser cada vez mais receptiva e auditiva aos seus alunos.

            Sujeitos autônomos não causam o descontrole social e político como muito vezes defendem os governantes e gestores escolares, se soubermos controlar respeitando cada um seus espaços, todos podemos praticar uma manifestação autônoma sem deseshienraquizar a estrutura escolar; desenvolvendo assim uma educação de qualidade. Carvalho (2013, p. 91) falando como ocorre está educação, diz: “para uns a “educação de qualidade” deve resultar na aquisição de diferentes “competências” que tornarão os alunos trabalhadores diligentes; para outros, líderes sindicais contestadores, cidadãos solidários ou empreendedores êxito, pessoas letradas ou consumidores conscientes”.  Como percebemos uma educação que prima pela qualidade vai propor e permitir nos seus espaços a autonomia, mesmo que para cada classe social a leitura e interpretação desta seja diferente, ela é construtiva e possibilita ao aluno, a conscientização de suas capacidades e podendo assim se descobrir.

            A didática com seus métodos, instrumentos e avaliações concede ao docente os caminhos para sua ação pedagógica. Estes não podem ser limitados e fixos a uma só visão, muitas vezes sendo somente a do professor e seu gestor, mas sim possuir uma autonomia em sua pratica docente, como propõe Demo sobre a função do professor (2012, p.85): “Função do professor, não é substituir o esforço, a iniciativa, a criatividade, o desafio dos estudantes, mas contribuir para sua realização com autoria e autonomia.”  O professor que permiti esta ação em sala de aula, não retêm o aluno, mas o estimula facilitando o processo de construção do saber, impulsionando seus alunos a ampliarem seus conhecimentos a partir de suas próprias ações, assim o professor vai ser um orientador do estudo que o aluno desenvolvera por seus próprios meios de aquisição e exploração do saber. Assim a metodologia e pratica pedagógica constrói alunos reflexivos e sujeitos críticos, prontos para novos desafios e realidades.
    A gestão escolar que ousa permitir e propor a efetivação da autonomia, irá sair do gabinete da direção, e estar convivendo com docentes e discentes dentro de suas realidades, ideais, culturas e sonhos. Pois só assim ira oportunizar o seu espaço escolar, como local de realizações de novas propostas e metodologias, para que a educação não seja presa a uma instituição, mas as realidades com que convive em sua interação social. A gestão não pode se sentir confrontada e até ameaçada, por perceber em sua escola manifestações de autonomia por parte do corpo docente e discente; mas acreditar que será uma oportunidade para o crescimento da escola, como centro de expansão intelectual e profissional da sociedade. 

terça-feira, 10 de junho de 2014


O SUCUMBIR DA RAZÃO

(Shaffer, 1977) “Através da Renascença, de Dante a Miguel Ângelo, gradualmente a natureza se fez mais inteiramente autônoma. Ela libertou-se de Deus à medida que os filósofos humanistas começaram a operar cada vez mais à vontade. Quando a Renascença chegou ao seu clímax, a natureza havia devorado a graça”. Declaração feita sobre o momento em que a razão na história da humanidade alcança o seu clímax, período da intelectualização mais notório, vindo a ser proclamado um culto ao saber. Com isto a ciência e as artes ocuparam grande espaço na sociedade, sendo as mandatarias do universo social, político e religioso deste período.  O academicismo surge como o maior expoente do Ser, tendo o intelectual como o mandatário das mais diversas áreas e segmentos da sociedade. Nesta época no século dezesseis a dezessete surge o movimento da reforma protestante, que vai nascer em meio a este ambiente, do culto ao saber, tendo a razão como o cerne dos ideais da humanidade.


        A razão causa um período onde a fé torna-se intelectualizada sendo defendida apenas em teses e não em pratica; mas os estímulos e desafios da reforma causam o crescimento da crença, gerando novas convicções, vindo a razão iniciar a ser superada. (Schaeffer,1977) declara: “A posição bíblica, acentuada pela Reforma, sustenta que nem a concepção platônica nem a humanista satisfaz. Primeiro, Deus fez o homem todo e está interessado na totalidade do ser humano. Segundo, quando se deu a Queda, fato histórico que ocorreu no tempo e no espaço, ela afetou o homem inteiro. Terceiro, à base da obra de Cristo como Salvador e mercê do conhecimento que temos na revelação das Escrituras, há redenção para o homem no seu todo”. Esta ênfase nos demonstra que a defesa bíblica, pautada pela reforma, vem modificar as reações e concepções da humanidade, afetando inclusive os centros acadêmicos, causando novos horizontes, retirando o destaque exclusivo da razão sobre a fé, vindo assim a iniciar o movimento que fortaleceria a fé, a dignificando em uma sociedade racional, que cultuava a razão. A razão assim começa a ser confrontada em muitos dos seus fundamentos, para que a fé, geradora de convicções eternas, permaneça para sempre, em todos os tempos, assim a rota social e mudada, os homens começam a enxergar novos horizontes além do saber.