domingo, 19 de julho de 2015

BARNABÉ O MENTOR DE PAULO

Barnabé é caracterizado não apenas como um estudioso da Bíblia, mas com experiência transcultural e muito amado entre os apóstolos. Um homem de coragem contagiante (encorajador), comprometido com o Reino, desprendido das coisas materiais, generoso, confiante nos apóstolos e, com maior simplicidade, a eles submisso. A fé, o compromisso e a integridade de Barnabé contrastaram frontalmente com Ananias e Safira, cujas ações também são narradas no livro de Atos. Quando [Paulo] chegou a Jerusalém, tentou reunir-se aos discípulos, mas todos estavam com medo dele, não acreditando que fosse realmente um discípulo. Então Barnabé o levou aos apóstolos e lhes contou como, no caminho, Saulo vira o Senhor, que lhe falara, e como em Damasco ele havia pregado corajosamente em nome de Jesus. Assim, Saulo ficou com eles, e andava com liberdade em Jerusalém, pregando corajosamente em nome do Senhor (At 9.26-28). Como se pode ver do texto, Barnabé demonstra possuir discernimento espiritual. Vê o que ninguém mais foi capaz, nem mesmo
os apóstolos. Tinha coragem. Superou o medo e constatou que Paulo realmente nascera de novo.

    Aparentemente, o apóstolo permanecia inativo quando Barnabé o chamou para se juntar a ele na igreja de Antioquia. O teor dos versículos mencionados indica que não foi fácil encontrá-lo. Mais uma vez, alguém acreditou em Paulo, quando ninguém mais acreditava. Depois de um ano, durante o qual Barnabé agiu como mentor de Paulo em Antioquia, uma reunião da liderança daquela igreja mudaria a história da Igreja de Jesus Cristo; que seria o surgimento de um apostolo abordivo como ele mesmo se designava, mas que não tinha do que se envergonhar. Mas o seu agir apostólico, teve um mentoreamento no inicio do ministério. Mais tarde Paulo vai ser um grande mentor, que ira preparar e influenciar o ministério de muitos, na Igreja dos primeiros séculos. Assim todos precisamos ser mentoreados no inicio por líderes exemplares em tudo.   

quarta-feira, 1 de julho de 2015

RESSURREIÇÃO DE CRISTO NA VISÃO DE PAULO.



     A ressurreição do Messias ou do Filho do homem é desconhecida na corrente apocalíptica. Não convinha nem à figura do Messias nacional, nem à do Filho do homem transcendente.
São os fatos que impuseram aos cristãos este dado original, que, aliás, tivera alguma preparação no Antigo Testamento; a figura do Servo sofredor, em particular, podia já indicar seus vestígios. Cristo Jesus ressuscitado tornou-se o chefe da vida nova, o primeiro Homem da raça dos ressuscitados. A idéia do novo Adão, tenuamente insinuada no judaísmo" poderá adquirir relevo no pensamento paulino. A ressurreição assegurará esta missão a Cristo. Ao mesmo tempo, a ressurreição dos cristãos coordenar-se-á com a ressurreição de Cristo.

    A fé na ressurreição é a pedra angular da comunidade cristã que se recompõe após a morte de Cristo. Não hão de se opor entre si fé e fato. A fé supõe o fato. Transpõe o simples testemunho para a esfera do Espírito; a testemunha segundo a fé testemunha no Espírito, sem que seu testemunho humano cesse por isso de ser um,verdadeiro testemunho; quem recebe o testemunho, recebe-o na dupla qualidade de testemunho humano e de testemunho no Espírito. O documento em que Lucas descreve a comunidade de Jerusalém dizia expressamente: "E com grande poder os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus" (At 4.33). O "testemunho" define o aspecto mais humano da missão deles, a "força" vem do Espírito Santo. No discurso de Pedro lemos: "E, pois, necessário que um dentre os homens que estiverem conosco durante todo o tempo em que ia e vinha entre nós o Senhor Jesus, a partir do batismo de João até o dia em que do meio de nós foi elevado ao céu, se torne, conosco, testemunha de sua ressurreição" (At 1.21ss).

  Paulo teve como que as primícias de sua aparição gloriosa. Sua visão antecipa para ele pessoalmente a parusia e permitir-lhe-á anunciá-la aos pagãos. Sob este aspecto, a visão de Paulo apresenta certa analogia com a de Estêvão a quem o "Filho do homem", Cristo da parusia, se mostrou de pé, à direita de Deus (At 7.55). Os dois pontos de vista são complementares. A ressurreição de Cristo exaltou-o concreta- mente, colocou-o à direita de Deus revestido de sua glória, e tudo isto em função da parusia, à qual a ressurreição logicamente se ordena.

     As outras aparições de Cristo a Paulo, assinaladas no Livro dos Atos, não têm mais o mesmo  caráter. Cristo que aparece intervém no governo da Igreja e nos destinos do apostolado. Ele aparece para governar, não para "se manifestar". Ao contrário, a visão de Damasco e a de Estêvão revelam-no, manifestam-no.Uma distinção do mesmo gênero aparece no Apocalipse. A visão inaugural é uma revelação solene do Filho do homem, quase ainda uma antecipação de sua parusia; ao mesmo tempo, Cristo dirige as Igrejas da Ásia.