terça-feira, 11 de novembro de 2014

O TEMPO PÓS MODERNO E CRISTIANISMO - P/2

   Enquanto perdem força os ataques modernistas contra o cristianismo, os pós-modernistas o atacam em bases diferentes. Por exemplo, os modernistas argumentariam de várias formas pela inverdade do cristianismo. Quase não se ouve mais essa objeção. Hoje a crítica mais ouvida é que “os cristãos pensam que eles têm a única verdade”. As reivindicações do cristianismo não são negadas; são rejeitadas justamente porque propõem ser verdadeiras. Aqueles que acreditam que “não existem absolutos” repudiam os que rejeitam o relativismo chamando-os de “intolerantes”, por tentarem forçar suas crenças em outras pessoas. Os pós-modernistas rejeitam o cristianismo na mesma base em que rejeitam o modernismo, com seu racionalismo científico. Tanto os cristãos como os modernistas acreditam na verdade. Os pós-modernistas não. O futuro mostrará se há de ser o modernismo ou o pós-modernismo o mais hospitaleiro ao cristianismo.

   A Escritura nos fala da importância de “conhecer o tempo” (Rm 13:11). “A maioria dos crentes”, observa George Barna”, não percebe que a Igreja está em meio à luta mais severa que enfrenta há séculos”. Muitos crentes, inclusive teólogos, ainda estão combatendo o modernismo, desapercebidos da mudança que houve nos assuntos a debater. Se os cristãos vão ministrar com eficácia no mundo pós-moderno e evitar as suas tentações, precisam entender o espírito da época.

    A cultura que construiu a Torre de Babel faz paralelo à era moderna. Confiantes em sua capacidade humana, seu raciocínio e conhecimento científico, os modernistas não precisavam de Deus. Para tornar célebre o seu nome, não só construíram cidades, como projetaram e executaram novas ordens sociais e econômicas, tais como o socialismo. Sua tecnologia, mais avançada do que a dos habitantes babélicos, capacitou-os a construir não apenas uma torre que chegasse aos céus, mas naves espaciais para chegar à lua.
   Deus julgou as pretensões de Babel. Observando seus feitos genuínos e o vasto potencial de realização humana, o Senhor viu que uma raça humana unida e tecnologicamente sofisticada seria quase que ilimitada em sua capacidade para o mal. “Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer” (Rm. 11:6). Deus misericordiosamente frustrou esse começozinho primitivo porém perigoso (“Isto é apenas o começo” . Ele fragmentou sua auto-deificação e levou à ruína sua célebre torre.
    Na época atual, torna-se evidente que a razão, a ciência e a tecnologia não resolveram todos os nossos problemas. A pobreza, o crime e o desespero desafiam nossas tentativas de engenharia social. A mais completa tentativa de reconstruir a sociedade de acordo com uma teoria racionalista materialista o comunismo esfacelou-se. A tecnologia continua a progredir em velocidade assustadora, mas, longe de alcançar as esferas remotas, ela por vezes diminui nossas vidas.