sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A CRISTOLOGIA PAULINA

Quando estamos observando os escritos do Ap. Paulo, iremos perceber a abordagem cristológica de Paulo em suas cartas.  Ao analisar a singularidade da cristologia paulina, precisamos nos lembrar de que não estamos investigando sua originalidade entre as cristologias neo-testamentárias. Procurar sua originalidade acarretaria a discussão do que separa completamente a cristologia paulina de outras cristologias neo-testamentárias. Em vez disso, desejamos analisar o que caracteriza a cristologia paulina. Dificilmente podemos afirmar que na cristologia paulina há alguma coisa única, totalmente sem analogia alhures no NT. A preexistência, a divindade e a humanidade de Cristo são encontradas fora de Paulo. A ênfase no Cristo crucificado é encontrada nos evangelhos e também nos Atos, em Hebreus e alhures no NT. A ênfase no fato de Jesus ser judeu e em sua ressurreição também encontra analogias. Por fim, a ideia de Cristo como encarnação da Sabedoria divina é encontrada em Mateus. Assim podemos constatar que Paulo possui uma exegese própria em seus textos, sendo a sua interpretação gramatical, geográfica e histórica dentro de sua realidade eclesiológica e cultural. Tendo o cuidado de nesta sua contextualização de assuntos tratados por outros hagiógrafos do cânon do Novo Testamento, não venha o assunto se distanciar de suas fontes e fundamentos. Na verdade está Paulo colaborando, concedendo ao texto e assunto em pauta uma roupagem coadunada com as realidades do povo ao qual o assunto está sendo discutido.  Um aspecto do pensamento de Paulo, foi a maior força modeladora no resto do universo de seu pensamento, o que pode ser demonstrado de várias maneiras. Paulo difere dos evangelhos. Mas também é possível afirmar que o aspecto mais inconfundível da cristologia paulina é a tipologia do último Adão. Esse tema cristológico não foi apenas uma tentativa de dar à cristologia do Filho do homem uma nova explicação para os gentios. Primeiro, as fontes são diferentes; a cristologia paulina do último Adão recorre ao Gênesis, enquanto o material a respeito do Filho do homem se baseia em Daniel 7. Além disso, a cristologia do Filho do homem não tem nada a ver com o fundador de uma nova raça de seres humanos; concentra- se, de modo mais específico, em um representante de Israel.