terça-feira, 10 de junho de 2014


O SUCUMBIR DA RAZÃO

(Shaffer, 1977) “Através da Renascença, de Dante a Miguel Ângelo, gradualmente a natureza se fez mais inteiramente autônoma. Ela libertou-se de Deus à medida que os filósofos humanistas começaram a operar cada vez mais à vontade. Quando a Renascença chegou ao seu clímax, a natureza havia devorado a graça”. Declaração feita sobre o momento em que a razão na história da humanidade alcança o seu clímax, período da intelectualização mais notório, vindo a ser proclamado um culto ao saber. Com isto a ciência e as artes ocuparam grande espaço na sociedade, sendo as mandatarias do universo social, político e religioso deste período.  O academicismo surge como o maior expoente do Ser, tendo o intelectual como o mandatário das mais diversas áreas e segmentos da sociedade. Nesta época no século dezesseis a dezessete surge o movimento da reforma protestante, que vai nascer em meio a este ambiente, do culto ao saber, tendo a razão como o cerne dos ideais da humanidade.


        A razão causa um período onde a fé torna-se intelectualizada sendo defendida apenas em teses e não em pratica; mas os estímulos e desafios da reforma causam o crescimento da crença, gerando novas convicções, vindo a razão iniciar a ser superada. (Schaeffer,1977) declara: “A posição bíblica, acentuada pela Reforma, sustenta que nem a concepção platônica nem a humanista satisfaz. Primeiro, Deus fez o homem todo e está interessado na totalidade do ser humano. Segundo, quando se deu a Queda, fato histórico que ocorreu no tempo e no espaço, ela afetou o homem inteiro. Terceiro, à base da obra de Cristo como Salvador e mercê do conhecimento que temos na revelação das Escrituras, há redenção para o homem no seu todo”. Esta ênfase nos demonstra que a defesa bíblica, pautada pela reforma, vem modificar as reações e concepções da humanidade, afetando inclusive os centros acadêmicos, causando novos horizontes, retirando o destaque exclusivo da razão sobre a fé, vindo assim a iniciar o movimento que fortaleceria a fé, a dignificando em uma sociedade racional, que cultuava a razão. A razão assim começa a ser confrontada em muitos dos seus fundamentos, para que a fé, geradora de convicções eternas, permaneça para sempre, em todos os tempos, assim a rota social e mudada, os homens começam a enxergar novos horizontes além do saber.