quinta-feira, 6 de junho de 2013



REFORMA E A SITUAÇÕES CONTROVERSAS DA ITÁLIA. 

Há um interesse especial ligado à história da Reforma na Itália, visto ser ali o centro do catolicismo romano. Os italianos, em geral havia muito que tinham tido para o papismo sentimentos parecidos com o desprezo, porque eram testemunhas constantes da maldade pública na sua me­trópole, e não podiam deixar de ver que essa maldade ti­nha o seu centro no Vaticano. Há muito que andavam desgostosos com o desregramento, a avidez, a ambição e a fraude que eram notórias na sua cidade principal, e mais de um coração sincero suspirava por uma mudança muito antes de ter começado a obra da Reforma. Por isso, logo que chegou à Itália a notícia da colisão de Lutero com Tetzel, houve muitos ali que pediram ansiosamente os escritos daquele. Alguns meses mais tarde o seu impressor em Ba­siléia escrevia nos seguintes termos: "Blásio Salmónio, li­vreiro de Leipzig, presenteou-me na feira de Francfort com alguns tratados compostos por si, os quais, como eram aprovados por homens sábios, mandei imprimir imediatamente, enviando seiscentas cópias para a França e a Espa­nha. Os meus amigos asseguraram-me que esses escritos são vendidos em Paris, e lidos e aprovados até pelos sorbo-nistas. Calvo, livreiro de Pávia, que é um sábio, e dedica-se às musas, levou uma grande parte da impressão para a Itália..." Apesar do terror reinante pelas bulas pontificais, e das atividades dos que velavam pela sua execução, os es­critos de Lutero, Melanchton, Zwínglio e Bucer continua­ram a circular e a ser lidos com prazer e avidez em várias partes da Itália. Alguns foram traduzidos na língua italia­na e, para escapar à vigilância dos inquisidores, foram publicados debaixo de nomes fictícios. Este desejo de se­rem lidos os seus escritos dava ânimo aos reformadores e não provinha de uma curiosidade vã.
Durante mais de vinte anos pôde esta obra prosseguir sem grande oposição; no ano de 1542, porém, viram clara­mente em Roma que ela ia fazendo enfraquecer o papismo; e então a Inquisição recebeu ordens para usar de força con­tra os protestantes, e em breve viram-se as prisões atulha­das de vítimas.

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