terça-feira, 20 de julho de 2010

Em sequência, estarei abordando um desenvolvimento de um tema numa perspectiva filosófica porem de sentido teológico, enquadrado na teologia sistematica, apresentar uma tematica que vem com realidades sistematica relacionadas a uma linguagem,concepção e realidade filosófica tem o direcionamento dentro da visão teológica defendida e adotada por Paul Tillch, que  ja li varias obras deste expressivo teológo, e nesta postagem estarei refletindo dentro de um de seus escritos.

 FATALIDADE E PROVIDÊNCIA.

  Providência é um conceito de sentido paradoxal, pois a fé na providência é fé apesar da escuridão da fatalidade e da falta de sentido da existencia, o termo pronóia(providência)aparece em Platão no contexto de uma filosofia que superou a esciridão da fatalidade trans-humana e trans-divina através do bem como poder ultimo do ser e do conhecimento, a fé na providência histórica e´o triunfo da interpretação profética da histórica,uma interpretação que dá sentido á existencia histórica apesar das experiências incessantemente reiteradas da falta de sentido,porem o Cristianismo enfatiza a vitória de Cristo,sobre as forcas da fatalidade e do medo,exatamente quando elas pareciam ter lhe derrotado na cruz, aqui se estabeleceu definitivamente a fé na providencia.
Embora o ser humano não consiga compreender a extensão da provid~encia de Deus, insisti que a pode definir e identificar a sua intensidade,em tres formas a teleológica,dialética e harmonistica. A teleológica que trabalha com a possibilidade do transcendente se identificando com a imanência do homem, na sua concepção salvivíca; a dialética na discussão e confrotação dos argumentos a favor e contra a interv~enção de Deus na história e a harmonistica fazendo um relacionamento de todos efeitos positivos na vida do ser conduzidos e efetuados por Deus, que pode tudo a Ele convergir e sustentabilizar o universo.Continuo na proxima postagem...

sábado, 17 de julho de 2010

 A Unção, Uma Vida de Plenitude Espiritual.


As conseqüências da plenitude do Espírito, devem se manifestar em um relacionamento inteligente, controlado e saudável com Deus e com as outras pessoas. A plenitude do Espírito, por sua vez, leva a um comportamento moral controlado e racional, que transforma o cristão na imagem de Cristo. e, com isso, a plenitude do Espírito não é tanto uma experiência mística particular, quanto um relacionamento moral com Deus e as pessoas ao nosso redor.
O primeiro resultado é "falando". A tradução "entre vós" não deve ser entendida como se as pessoas cheias do Espírito começassem a falar consigo mesmos, como se sua mente estivesse anuviada! Em Col. 3:16 o apóstolo incentiva seus leitores a deixarem a palavra de Cristo habitar ricamente neles, para que possam "instruir e aconselhar-se mutuamente em toda a sabedoria". É bastante interessante o fato de que a primeira evidência de ser cheio do Espírito é falarmos uns aos outros. Mas isto não deve nos surpreender, já que o primeiro fruto do Espírito é o amor. Por mais profunda e íntima que nossa comunhão com Deus possa parecer, não podemos dizer que estamos cheios do Espírito se, porventura, não conseguimos falar com algum irmão. O primeiro sinal da plenitude é a comunhão. Mais anda, é comunhão espiritual, porque falamos uns aos outros não com tagarelice mundana, mas "com salmos, ... hinos e cânticos espirituais". É óbvio que isto não pode significar que o meio de comunicação normal entre crentes cheios do Espírito seja a música! Antes, significa que a verdadeira comunhão se expressa no culto conjunto. Um bom exemplo é o (Sal. 95), "vinde, cantemos ao Senhor." Esta é uma ocasião em que pessoas pertencentes a Deus falam umas às outras com um Salmo,incentivando-se mutuamente a adorarem seu Senhor. Isto nos conduz ao segundo resultado da plenitude do Espírito, que é "cantando e fazendo melodias" para o Senhor. O Espírito Santo adora glorificar o Senhor Jesus, manifestando-o ao seu povo de uma maneira em que eles se regozijem em cantar louvores a Ele. A exortação, que é cantar ao Senhor "no vosso coração". Esta terminologia dá a impressão de que seu júbilo pode ser integralmente interior, dirigido somente "aos ouvidos do Senhor" Porém a tradução "de (todo o) coração" provavelmente é mais correta. O coração não é o lugar, mas a maneira como estamos cantando. O apóstolo nos exorta a não ficarmos em silêncio, mas a adorarmos sem preconceitos. Em terceiro lugar, devemos dar "sempre graças por tudo". Muitos cristãos dão graças às vezes, por algumas coisas; crentes cheios do Espírito agradecem sempre, por todas as coisas. Não existe hora nem circunstância pelas quais eles não agradecem. Eles o fazem "em nome de nosso Senhor Jesus Cristo", isto é, porque são um com Cristo, e "a nosso Deus e Pai", porque o Espírito Santo testemunha a seu espírito que eles são filhos de Deus e que seu Pai é integralmente bom e sábio. A murmuração, um dos pecados costumeiros de Israel, é um pecado grave que é um sintoma de descrença. Sempre que começarmos a reclamar e a nos queixar, isto é um sinal claro de que não estamos cheios do Espírito. Sempre que o Espírito Santo domina os crentes, eles agradecem ao seu Pai celestial a toda hora, por tudo. Vimos que os segundo e terceiro sinais da plenitude do Espírito são relacionados a Deus – cantando ao Senhor e dando graças ao Pai. O Espírito Santo nos coloca em um relacionamento correto de louvor com o Pai e o Filho. O crente cheio do Espírito não tem dificuldades práticas com a doutrina da Trindade. Os terceiro e quarto sinais, entretanto, têm a ver com nosso relacionamento com as outras pessoas: falando uns aos outros, e agora se sujeitando uns aos outros. O apóstolo continua mostrando que a submissão é a obrigação específica de uma esposa diante de seu marido, de filhos diante de seus pais e de empregados diante de seus empregadores, mas ele começa dizendo que ela é a obrigação geral de todos os cristãos uns diante dos outros (o que inclui maridos, pais e empregadores). A submissão humilde é uma parte tão importante do comportamento cristão que o verbo aparece trinta e duas vezes no Novo Testamento. A marca registrada no cristão cheio do Espírito não é a auto-afirmação, mas a auto-submissão. É verdade que às vezes, quando um princípio teológico ou moral fundamental está em jogo, não podemos ceder. Paulo deu um exemplo destacado desta necessidade de firmeza quando se opôs a Pedro, numa confrontação direta e pública, em Antioquia (Gal. 2:11-14). Porém precisamos sempre tomar cuidado para que nossa firmeza aparente em um principio não seja uma exibição desagradável de orgulho. É sábio desconfiar de nossa indignação justa; geralmente há nela mais que alguns traços de vaidade injusta. O teste está nas últimas palavras da frase: "No temor de Cristo". Nossa obrigação primordial é submissão reverente e humilde ao Senhor Jesus. Devemos nos submeter aos outros somente até ao ponto exato em que nossa submissão a eles implicar em deslealdade a Cristo. O Espírito Santo nos coloca em um relacionamento correto com Deus e as pessoas. Devemos procurar a principal evidência da plenitude do Espírito Santo nestas qualidades e atividades espirituais,e não em fenômenos sobrenaturais. Esta é a ênfase do apóstolo quando ele trata deste assunto em suas cartas aos efésios e coríntios, bem como quando ele especifica o "fruto do Espírito" em sua carta aos gálatas. Os dois imperativos de Ef. 5:18, tanto a proibição como a ordem, são escritos para toda a comunidade cristã. Eles têm aplicação universal. Nenhum de nós deve embriagar-se; todos devemos ser cheios do Espírito. Enfaticamente, a plenitude do Espírito Santo não é um privilégio reservado para alguns, mas uma obrigação de todos. Assim como a exigência de sobriedade e domínio próprio, a ordem de buscar a plenitude do Espírito é dirigida a todo o povo de Deus, sem exceção. Uma condição importante para gozar da sua plenitude é entregar-se a ele sem reservas. Mesmo assim, não devemos pensar que somos apenas agentes passivos ao recebermos a plenitude do Espírito, assim como quando alguém fica bêbado. Torna-se bêbado bebendo; ficamos cheios do Espírito também bebendo, como já vimos no estudo do ensino do nosso Senhor em João 7:37.Quando no casamento em Caná, Jesus disse: "Enchei d'água as talhas" (João 2:7), o imperativo aoristo mostra que ele queria que o fizessem somente uma vez. O imperativo presente "sede enchidos com o Espírito", por sua vez, não indica alguma experiência dramática ou determinante, que resolve o problema para o bem, porém uma apropriação continua. Isto é reforçado na Carta aos Efésios pelo contraste entre o "selo" e a "plenitude" do Espírito. Duas vezes o apóstolo escreve que seus leitores foram "selados" com o Espírito Santo (Ef. 1:13 e 4:30). Os aoristos são idênticos e aplicam-se a todo crente arrependido. Deus o aceitou e colocou nele o selo do Espírito, autenticando-o, marcando-o e garantindo-o como Seu. Todos os crentes são "selados", mas nem todos permanecem "cheios", porque o selo foi colocado uma vez, no passado, enquanto a plenitude é ou deveria ser presente e contínua.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

       A teologia Bíblica, precisa estar relacionada com a teologia exegetica para uma didaschalia Bíblica que possua coerência teológica,sem direcionar-se para teologia sistematica. Por isso que procuro e persisto em estar atuando dentro de uma teologia Biblica, não só histórica mas também exegética, quando estamos tratando do canon do Antigo Testamento,que tanto é histórico,como também esta em consonância com a teologia exegética.Vejamos isto evidente neste tema que estarei abordando,que mesmo que tenha um sentido dogmático segue o parametros exegeticos da teologia Bíblica.


  
                                                  REVELAÇÃO DE DEUS



Deus se revela aos homens como Criador amante de sua criação e por sua própria iniciativa; essa revelação era abundante no principio dos tempos – era plena – havia os elementos necessários para que esse relacionamento se desenvolvesse da forma mais bela e perfeita, sendo um relacionamento bom, ético, moral e perfeito entre o Criador e a criatura; nesse período detectam-se muitas características peculiares a pessoa de Deus; existem muitas especulações doutrinarias de religiões e seitas sobre o inicio da revelação de Deus, porem a Teologia do Velho Testamento nos mostra pelas ações de Deus que , por exemplo, o amor é uma marca indelével no Seu caráter e esta presente em todos os aspectos da criação. A Teologia do Velho Testamento propõe um Deus tão magnânimo em sua criação que uma série de teorias foram levantadas para explicar termos como evolução, idade da terra, e etc. – vemos em todas estas teorias a presença de um Criador flexível que trabalha dentro de um propósito bem definido na obra da criação; quer sejamos pré-adâmicos, criacionistas, evolucionistas teístas, criacionistas progressivos ou aceitemos a teoria da catástrofe universal, conseguimos ver a atuação laboriosa de um Deus Criador em cada uma delas. Para se revelar ao homem Deus usou atribuições que registrou em diversas partes do texto sagrado, em Gênesis, por exemplo, vimos a majestade de Deus relacionada com a criação do universo; existe, pensamos, uma progressão na revelação de Deus no texto sagrado. É conhecido, por estudos psico antropológicos que uma das necessidades encontradas nos homens de toda cultura e época é a de crer, crer em algo transcendente, muitas vezes em forma de um deus nominal – Elohim, 1º grau de revelação de Deus , mostrando aos leitores da sagradas letras sua primordial atribuição: acima de tudo e de todos existe um Deus majestoso que se revela como Senhor de todas as coisas. O próximo passo da revelação é o que também se configura como uma necessidade natural do ser humano em todo lugar e tempo, que é uma explicação as perguntas de quando e como tudo foi criado. Conhecemos, a partir desta necessidade o Deus Criador que é majestoso em sua glória e Senhor Criador do universo; só que apenas com elementos físicos, químicos e orgânicos essa criação não estaria completa; outro questionamento, então, percorre o pensamento dos homens de todo lugar e época que é: como e porque o universo funciona? Quem é que fez as leis físicas, químicas e orgânicas? Quem é que faz com que elas se cumpram?, vemos, então, num 3º passo da revelação divina o Deus põe ordem ao caos, que comanda e rege com cetro de poder e sabedoria todas as coisas existentes no universo; porém faltava ainda um estágio de revelação que mostrasse um lado da personalidade de Deus, pois até o presente momento só vimos manifestações de sua glória, seu poder, sua organização, porém um traço de sua personalidade era necessário se revelar; vemos então o Deus que se move sobre a face do abismo, que não é estático, que não precisa ser carregado pelos homens, porém um Deus que faz e se revela em Espírito autônomo ao homem, mostrando um lado pessoal, uma característica, um Espírito que um dia, tão bondosamente se distribuiria entre os seus. Nessa revelação evolutiva, o próximo passo é entrar mais no campo da personalidade, se tornar mais identificável aos homens e, nesse 5º passo de revelação, Deus aparece como um Ser ético, mostrando para o homem um princípio universal: tudo que é ético é necessariamente belo e bom; Tudo o que Deus criou é bom e belo, assim, Deus se mostra como o único ser verdadeiramente ético, justo e bondoso, e o é por toda sua glória, majestade, onibenevolência, etc. O próximo passo na revelação de Deus é se mostrar ao homem como um Ser responsável, que, não apenas cria, mas cria, rege e cuida; temos assim a figura do Deus Pai, Todo Poderoso Criador dos céus e da Terra. Quandono início falamos das duas fontes de criação do homem, dissemos que é impossível que o homem viva sem uma dessas duas fontes e Deus é uma destas duas fontes.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Após ter apresentado um vídeo com uma breve exposição filsófica, por mim desenvolvida, justamente para desenvolver uma interdisciplinariedade no blog, como tambem estar expondo um pouco de minha atuação num ambito verbal e expositivo,agora retorno a uma postagem dentro de uma perspctiva da teologia contemporânea; falando sobre Barth e seu posicionamento teológico, a partir de pontos contidos em seu famoso livro sobre Romanos.

O POSICIONAMENTO TEOLÓGICO DE BARTH.

 
Johann Christoph Blumhardt transmitiu a Barth a esperança escatológica e universal do Evangelho. De Christoph Blumhardt, o filho, Barth aprendeu que a esperança não leva a um quietismo, mas ao pleno engajamento no mundo. Mas foi diretamente na Bíblia que Barth procurou as respostas para a vida. Realizou esse empreendimento com seu amigo Eduard Thurneysen. Em 1916, os dois começaram a estudar juntos a carta aos Romanos. Junto com Eduard Thurneysen, Barth iniciou o movimento ad fontes, voltando-se para a Escritura Sagrada e a teologia dos Reformadores. Em 1919, Barth escreveu o Comentário à Carta aos Romanos. Em 1922, ele escreveu a segunda edição, completamente reformulada, marcando o surgimento da teologia dialética, também conhecida por “teologia da crise” (ou da ruptura) – por causa da crise sócio-econômica e cultural (a guerra acabou com o otimismo do progresso). “Nesta segunda redação do livro eliminei na medida do possível tudo o que na primeira pudesse deixar entender que a Teologia se funda, se apóia sobre uma Filosofia da existência ou dela receba a justificação.” Portanto, a segunda edição do Comentário à Carta aos Romanos é o documento histórico que marca o início da teologia da crise, pois Barth designava a Palavra de juízo divino contra todo o empreendimento humano. O ser humano é descrito como um pecador que virou as costas para Deus, encontrando-se agora numa espécie de cegueira. Por si mesmo, o homem não possui a capacidade de conhecer a Deus. O conhecimento de Deus é uma dádiva a ser recebida pela fé em Cristo. O ser humano precisa se confrontar com a graça revelada em Cristo.
O filósofo e teólogo dinamarquês Sören Kierkegaard (1813-1855) posicionou-se contra o sistema filosófico de Hegel. Kierkegaard não admitia que a responsabilidade pessoal fosse reduzida a “um momento” dentro do processo cósmico, que é a marcha do Espírito em direção ao Absoluto. Também via com estupefação o fato de a Dinamarca ter aderido a essa filosofia. Escreveu Ataque contra a cristandade, salientando que, numa sociedade onde todas as pessoas são “cristãs”, o verdadeiro cristianismo já deixou de existir. Kierkegaard dizia que existe um abismo entre o divino e o humano. E a filosofia de Hegel insistia numa continuidade. Kierkegaard acusou a elite cultural de estar conspirando para destruir o cristianismo autêntico. Kierkegaard salientou que existe uma “diferença qualitativa infinita” entre Deus e os seres humanos. Em sua queda e finitude, os seres humanos precisam acolher a verdade de Deus mediante uma decisão, um “salto de fé”. Conhecer a Deus é uma atitude de fé, o que significa correr o risco de saltar. Deus é pessoal, santo e transcendente. Os seres humanos são finitos, pecadores e dependentes. Deus só pode ser conhecido mediante um relacionamento pessoal. Somente o “salto de fé”, o risco pode nos proporcionar o verdadeiro relacionamento com Deus. Enquanto não houver o “salto de fé”, podemos ter uma religiosidade ética, mas não seremos cristãos autênticos. Barth se identificou com o posicionamento de Kierkegaard contra o cristianismo cultural e a filosofia de Hegel de continuidade entre Deus e o mundo, reino de Deus e cultura. Também Barth entendeu que a fé cristã consiste no relacionamento entre o Deus santo e o ser humano finito e pecador. Era necessário enfatizar a transcendência de Deus, pois a teologia liberal havia encoberto esses temas com o racionalismo e a moralidade. Respaldado pela reflexão de Kierkegaard, Karl Barth pôde declarar que a fé cristã não é uma religião entre as outras, nem o ponto culminante dos sentimentos religiosos da humanidade, nem um sistema de moralidade, nem uma expressão cultural a serviço de alguma ideologia sócio-política. No prefácio da segunda edição do Comentário à Carta aos Romanos, em 1922, Barth mostrou seu reconhecimento à reflexão de Kierkegaard. “Se tenho um sistema, ele está limitado ao reconhecimento do que Kierkegaard chamou de “distinção qualitativa infinita” entre o tempo e a eternidade, e à minha opinião de que ela possui uma relevância negativa tanto quanto positiva: “Deus está no céu e tu estás na terra”. O relacionamento entre esse homem e esse Deus é, para mim, o tema da Bíblia e a essência da filosofia.” Kierkegaard declarou que a encarnação de Jesus Cristo é um “paradoxo absoluto”. E Barth constatou que a fé cristã não é uma síntese de opostos (como propunha Hegel). As verdades básicas da Palavra de Deus contêm paradoxo.
Barth redescobriu o Evangelho sem o auxílio de um sistema humano. E assim teve início a “teologia da Palavra de Deus”. Seu postulado teológico é que “a possibilidade do conhecimento de Deus encontra-se na Palavra de Deus e em nenhum outro lugar”. Portanto, “o Deus eterno deve ser conhecido em Jesus Cristo e não em outro lugar.” A teologia dialética não rejeita, mas questiona o método histórico-crítico como chave de interpretação da Bíblia. O ambiente acadêmico da teologia liberal vinha apresentando o método histórico-crítico corno a única chave para interpretar a Bíblia. A interpretação histórico-crítica se concentra demasiadamente em questões periféricas, ao passo que Barth enfatizava a proclamação (querigma) como sendo o fundamental. Considerava a exposição dialética mais importante do que uma exposição filológica e histórica. Bart considerou que o método histórico-crítico tem aspectos positivos. Mas, posicionou-se contra o “abuso idealista e reacionário desse método”. Barth observa que a ideologia progressista da filosofia de Hegel foi desmentida pela Primeira Guerra Mundial. O desmoronamento cultural era uma evidência disso. Não há como estabelecer uma síntese entre a fé cristã e a ideologia do progresso cultural. Barth aponta para a centralidade da Sagrada Escritura, o documento da revelação de Deus. Barth aconselha que sejam respeitados os limites do método histórico-crítico. A autoridade da Palavra de Deus não pode ser submetida a critérios de pesquisa. A razão humana não pode ser o critério último para a análise dos escritos bíblicos. Nesse caso, corre-se o perigo de identificar Espírito Santo com razão humana. O método histórico-crítico corre o risco de identificar interpretação racional com a Palavra de Deus. Tornou-se paradigmática a declaração de Barth: “Mais críticos deveriam ser os histórico-críticos.” A pesquisa histórica não pode suplantar a eficácia da revelação divina “na Palavra”. A reverência pela histórica não pode resultar em desconsideração acrítica pela Palavra que está por trás das palavras. Barth aponta para o caráter reacionário do método histórico-crítico, pois a dinâmica escatológica da Palavra por trás das palavras deixa de ser assimilada quando toda a tradição da fé é medida pela norma do existente. O método histórico-crítico considera como o histórico apenas o analógico (baseado em semelhança). Tudo o que foge dos esquema de analogia (relação de semelhança) é rotulado de simbólico, lendário e mitológico. Os conceitos de fé naufragam na “onipotência” da analogia. Os conteúdos decisivos da fé cristã devem permanecer com seu caráter transformador. A dinâmica escatológica não poder ser nivelada dentro de um processo histórico-analógico. Deve ser preservada a dimensão escatológica do agir divino – o totaliter aliter (o Totalmente Outro). A dialética acentua o contraste entre a eternidade e o tempo, entre Deus e a humanidade. O método dialético coloca os pontos de vista diferentes em confronto. Obtém-se assim um equilíbrio entre as declarações que afirmam e as que negam certa proposição. Desse modo, as respostas são interrogadas, e as perguntas, respondidas. “Apenas resta, pois ... relacionar ambos, o positivo e o negativo, um com o outro. Para esclarecer o sim pelo não e o não pelo sim, sem nos demorarmos mais que um momento no sim ou no não; deste modo, por exemplo, falando da glória de Deus na criação apenas para passar imediatamente a ressaltar que Deus está completamente oculto a nós na natureza, e falar da morte e da transitoriedade da vida apenas para lembrar a majestade da vida inteiramente outra que vem a nosso encontro nessa própria morte.”