segunda-feira, 30 de março de 2015

O EVANGELHO DE LUCAS NO CONTEXTO HISTÓRICO



Início hoje uma de três postagens sobre a Lição que trata sobre o Evangelho de Lucas, neste segundo trimestre deste ano. Vamos iniciar verificando e analisando este evangelho, a partir de sua concepção e estruturação linguística. Linguisticamente, este Evangelho divide-se em três seções. O Prefacio (1:1-4) e escrito num bom estilo clássico. Demonstra aquilo que Lucas sabia fazer, mas a partir de então, abandona totalmente este estilo. O resto do capitulo 1 e o capitulo 2 tem um sabor nitidamente hebraico. E til marcante que certo número de estudiosos chegou a conclusão de que aqui temos uma tradução de um original em hebraico. Se foi assim, não temos maneira de saber se Lucas ou outra pessoa fez a tradução. A partir de 3:11 o Evangelho está escrito num tipo de grego helenístico que relembra fortemente a Septuaginta, versão grega do Antigo Testamento hebraico. 0 vocabulário e extensivo, e Lucas usa 266 palavras (além dos nomes próprios) que não são achados noutras partes do Novo Testamente, um número bem notável quando levamos em consideração que compartilha boa parte do seu assunto com Mateus e Marcos. O mais interessante de tudo isto e como o estilo constantemente relembra a Septuaginta. As citações vétero-testamentarias de Lucas são comumente tiradas daquela versão, e normalmente emprega as formas de nomes próprios achadas ali. Boa parte do seu vocabulário característico e aparentemente tirada da Septuaginta, bem como algumas das suas frases marcantes. Parece que Lucas pensava no estilo da Septuaginta como sendo um bom estilo bíblico e mais apropriado para o tipo de narrativa que estava compondo. Mas isto não explica tudo. As vezes a linguagem de Lucas contem hebraísmos e, as vezes, aramaismos. Além disto, sua linguagem e mais semítica nalguns trechos do que noutros. Os dois grupos de fatos parecem melhor explicados como sendo reflexão das fontes de Lucas.