sábado, 23 de fevereiro de 2013


 A DISLEXIA TEOLÓGICA

A dislexia é mais freqüentemente caracterizada por dificuldade na aprendizagem da decodificação das palavras, sendo assim o disléxico possui dificuldade em entender o som das vogais e pronuncia-las corretamente. Existem pretensos teólogos, que possuem uma pratica disléxica na interpretação e abordagem, pois não conseguem apreender o verdadeiro sentido do termo e sua proposta; fazendo uma exegese contraditória a realidade da terminologia,vindo a deturpar o texto e o assunto. Não se pode fazer e compor um argumento teológico sem coerência e conscientização, e conceituar como teologia; como muitos fazem, praticando assim uma dislexia teológica. Se não conhece o termo e a proposta nata da palavra em toda sua abrangência, vai ter dificuldades em pronunciar uma concepção coerente e precisa sobre o termo, causando diversas heresias produzidas por uma descaracterização da palavra. Tenho visto muitos intérpretes deficientes em suas abordagens, pois são fixos em suas ideologias limitadas e ricas de tradições, não possuindo uma autonomia e sustentabilidade teológica em sua execução da interpretação e defesa de um texto e proposta teológica. Teologia não pode surgir de revolta, contradição e suposição; mas sim de uma visão centrada na proposta que esta contida no texto e nos termos que o compõem, para se ter assim uma fundamentação  e segurança em suas declarações. Muitas incontinências teológicas surgem de não ter o interprete e exegeta familiaridade linguística e cultural ao assunto abordado e defendido. Precisamos vencer a esses atropelos, produzindo teologia segura, coerente e conscientizadora.  

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013



PLATÃO EM SEUS PRIMEIROS DIÁLOGOS. 

Platão em seus  primeiros diálogos,  os da "fase socrática" , já se buscava algo de idêntico e uno que estaria por trás das múltiplas maneiras de se entender conceitos como "temperança" ou "coragem". Mas esse mesmo que existiria em diversas coisas não era ainda uma entidade metafísica, algo que existisse em si e por si. No Eutífron é que as palavras idéia e eidos aparecem empregadas, pela primeira vez, numa acepção propriamente platônica. Ambas aquelas palavras são derivadas de um verbo cujo significado é "ver" e têm, assim, como acepção originária, a de "forma visível" (primariamente no sentido de "formato" ou "figura"). Ao que parece, já estavam integradas ao vocabulário dos pitagóricos, com o sentido de modelo geométrico ou figura. Nos diálogos da primeira fase, que parecem reproduzir as conversações do próprio Sócrates, a procura do mesmo, além de ficar restrita à busca de um denominador comum no nível da significação das palavras, limitava-se a debates sobre questões morais. Esses debates não eram conclusivos: deixavam os problemas enriquecidos e revoltos, com isso denunciando a fragilidade ou a parcialidade dos pontos de vista confrontados. Ao chegar a esse ponto, a dialética socrática podia dar-se por satisfeita, na medida em que seu objetivo seria o dramático embate das consciências, condição para o autoconhecimento. Já em Platão a partir da fase do Fédon  a dialética vai progressivamente perdendo o interesse humano imediato e a dramaticidade, para se converter, cada vez com mais apoio em recursos matemáticos, num método impessoal e teórico, que visa aos próprios problemas e não apenas à sondagem da consciência dos interlocutores. Torna-se uma pesquisa das interligações entre as idéias, chegando, na fase final do platonismo, a ser considerada um tipo de "metrética" ou arte das medidas e das proporções.