sábado, 26 de abril de 2014

A PROPOSTA DIALÓGICA DE BUBER.

         Buber em sua dialogicidade expressa em sua obra “Eu e Tu” nos possibilita verificar uma abordagem religiosa que prisma pelo contato, desenvolvido na comunhão. Onde Buber diz: A palavra-princípio Eu - Tu só pode ser proferida pelo ser na sua totalidade. A união e a fusão em um ser total não pode ser realizada por mim e nem pode ser efetivada sem mim. O Eu se realiza na relação com o Tu; é tornando Eu que te digo. Toda vida atual é encontro, e dentro desta condição fica expresso a comunicação que fundamenta o diálogo e contato na comunicação.
       Entre o Eu e o Tu não se interpõe nenhum jogo de conceitos, nenhum esquema, nenhuma fantasia; e a própria memória se transforma no momento em que passa dos detalhes à totalidade. Entre Eu e Tu não há fim algum, nenhuma avidez ou antecipação; e a própria aspiração se transforma no momento em que passa do sonho à realidade. Todo meio é obstáculo. Somente na medida em que todos os meios são abolidos, acontece o encontro.
       Assim nesta dialogicidade se interpõe momentos que alternam as nossas possibilidades e propostas de confrontar e concordar com os assuntos que são debatidos e projetados a partir do diálogo. Pois surge no comunicar a individualização do pensamento e sua ampliação a partir deste momento, Buber assim diz: “Cada Tu individualizado é uma perspectiva para ele. Através de cada Tu individualizado a palavra-princípio invoca o Tu eterno. Da mediação do Tu de todos os seres, surge não só a realização das relações para com eles mas também a não realização. O Tu inato realiza-se em cada uma delas, sem, no entanto, consumar-se em nenhuma ele só se consuma plenamente na relação imediata para com o Tu que, pela sua própria essência, não pode tornar-se Isso.

      Com isto vemos no contexto desta obra uma proposta de comunicação que vai alem do pessoal e coletivo, mas se difunde no Ser em suas ações e reações sociais e religiosas, vindo assim a construir como é expresso no livro, um viver religioso, na trajetória do universo da fé, onde é construído todo um convívio do Ser, em uma ação dialógica do Eu e Tu.