Quando
estamos observando os escritos do Ap. Paulo, iremos perceber a abordagem
cristológica de Paulo em suas cartas. Ao
analisar a singularidade da cristologia paulina, precisamos nos lembrar de que
não estamos investigando sua originalidade entre as cristologias neo-testamentárias.
Procurar sua originalidade acarretaria a discussão do que separa completamente a
cristologia paulina de outras cristologias neo-testamentárias. Em vez disso,
desejamos analisar o que caracteriza a
cristologia paulina. Dificilmente podemos afirmar que na cristologia paulina há
alguma coisa única, totalmente sem analogia alhures no NT. A preexistência, a
divindade e a humanidade de Cristo são encontradas fora de Paulo. A ênfase no
Cristo crucificado é encontrada
nos evangelhos e também nos Atos, em Hebreus e alhures no NT. A ênfase no fato
de Jesus ser judeu e em sua ressurreição também encontra analogias. Por fim, a ideia
de Cristo como encarnação da Sabedoria divina é encontrada em Mateus. Assim
podemos constatar que Paulo possui uma exegese própria em seus textos, sendo a
sua interpretação gramatical, geográfica e histórica dentro de sua realidade eclesiológica
e cultural. Tendo o cuidado de nesta sua contextualização de assuntos tratados
por outros hagiógrafos do cânon do Novo Testamento, não venha o assunto se
distanciar de suas fontes e fundamentos. Na verdade está Paulo colaborando,
concedendo ao texto e assunto em pauta uma roupagem coadunada com as realidades
do povo ao qual o assunto está sendo discutido. Um aspecto do pensamento de Paulo, foi a maior
força modeladora no resto do universo de seu pensamento, o que pode ser demonstrado
de várias maneiras. Paulo
difere dos evangelhos. Mas também é possível afirmar que o aspecto mais
inconfundível da cristologia paulina é a tipologia do último Adão. Esse tema
cristológico não foi apenas uma tentativa de dar à cristologia do Filho do
homem uma nova explicação para os gentios. Primeiro, as fontes são diferentes; a
cristologia paulina do último Adão recorre ao Gênesis, enquanto o material a
respeito do Filho do homem se baseia em Daniel 7. Além disso, a cristologia do Filho
do homem não tem nada a ver com o fundador de uma nova raça de seres humanos;
concentra- se, de modo mais específico, em um representante de Israel.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
PRIMÓRDIOS DO ANTISSEMETISMO
Os primórdios do movimento antissemita
moderno datam, em toda parte, do último terço do século XIX. Na Alemanha
começou, de modo inesperado, novamente entre a nobreza, cuja oposição ao Estado
foi de novo provocada pela transformação da monarquia prussiana num Estado-nação
completado depois de 1871. Bismarck, o verdadeiro fundador do Reich alemão,
havia mantido estreitas relações com os judeus desde a época em que era
primeiro-ministro; agora era acusado de depender e de aceitar o suborno dos judeus.
Sua tentativa e o parcial sucesso — de abolir os vestígios feudais resultou
inevitavelmente em conflito com a aristocracia; os ataques a Bismarck
mostravam-no como vítima inocente, ou como agente, a soldo do judeu Bleichroeder.
Na realidade, a relação era exatamente oposta: Bleichroeder era sem dúvida um
agente muito estimado e bem pago de Bismarck. Não obstante, a aristocracia
feudal, embora ainda bastante poderosa para influenciar a opinião pública, não
era por si mesma bastante forte ou importante para iniciar um verdadeiro movimento
anti-semita, como o que começou na década de 80. Seu porta-voz, o capelão da corte
Stoecker, ele próprio nascido na classe média inferior, era representante muito
menos sagaz dos interesses conservadores do
que os seus predecessores, os intelectuais românticos, que haviam formulado os
pontos principais da ideologia conservadora uns cinquenta anos antes. Além
disso, descobriu a utilidade da propaganda antissemita não graças a
considerações práticas ou teóricas, mas por acaso, quando percebeu a sua
utilidade para lotar auditórios que, de outra forma, permaneceriam vazios. Mas,
sem compreender seu repentino sucesso, como capelão da corte e empregado tanto
da família real como do governo, ele dificilmente estava em posição de usá-lo
adequadamente. Seu público entusiasmado era composto exclusivamente de pequenos burgueses, isto é, de lojistas e
negociantes, artesãos e artífices à moda antiga, e os sentimentos anti-judaicos
dessa gente não eram ainda, e por certo não exclusivamente, motivados pelo conflito
com o Estado.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
O PORQUE DO ANTI-SEMITISMO
Muitos ainda julgam que a ideologia
nazista girou em torno do antissemitismo por acaso, e que desse acaso nasceu a
política que inflexivelmente visou a perseguir e, finalmente, exterminar os
judeus. O horror do mundo diante do resultado derradeiro, e, mais ainda, diante
do seu efeito, constituído pelos sobreviventes sem lar e sem raízes, deu à
"questão judaica" a proeminência que ela passou a ocupar na vida
política diária. O que os nazistas apresentaram como sua principal descoberta,
o papel dos judeus na política mundial e o que propagavam como principal alvo.
A perseguição dos judeus no mundo
inteiro foi considerado pela opinião pública mero pretexto, interessante truque
demagógico para conquistar as massas. É bem compreensível que não se tenha
levado a sério o que os próprios nazistas diziam. Provavelmente não existe
aspecto da história contemporânea mais irritante e mais mistificador do que o
fato de, entre tantas questões políticas vitais, ter cabido ao problema
judaico, aparentemente insignificante e sem importância, a duvidosa honra de
pôr em movimento toda uma máquina infernal. Tais discrepâncias entre a causa e
o efeito constituem ultraje ao bom senso a tal ponto que as tentativas de
explanar o antissemitismo parecem forjadas com o fito de salvar o equilíbrio mental
dos que mantêm o senso de proporção e a esperança de conservar o juízo. Uma
dessas apressadas explicações identifica o antissemitismo com desenfreado
nacionalismo e suas explosões de xenofobia. Mas, na verdade, o antissemitismo
moderno crescia enquanto declinava o nacionalismo tradicional, tendo atingido
seu clímax no momento em que o sistema europeu de Estados nações, com seu
precário equilíbrio de poder, entrara em colapso. Os nazistas não eram meros
nacionalistas. Sua propaganda nacionalista era dirigida aos simpatizantes e não
aos membros convictos do partido. Ao contrário, este jamais se permitiu perder
de vista o alvo político supranacional. O "nacionalismo" nazista
assemelhava-se à propaganda nacionalista da União Soviética, que também é usada
apenas como repasto aos preconceitos das massas. Os nazistas sentiam genuíno
desprezo, jamais abolido, pela estreiteza do nacionalismo e pelo provincianismo
do Estado.
O antissemitismo alcançou o seu clímax
quando os judeus haviam, de modo análogo, perdido as funções públicas e a
influência, e quando nada lhes restava senão sua riqueza. Quando Hitler subiu
ao poder, os bancos alemães, onde por mais de cem anos os judeus ocupavam
posições chave, já estavam desjudaízados, e os judeus na Alemanha, após longo e
contínuo crescimento em posição social e em número, declinavam tão rapidamente
que os estatísticos prediziam o seu desaparecimento em poucas décadas. É
verdade que as estatísticas não indicam necessariamente processos históricos
reais: mas é digno de nota que, para um estatístico, a perseguição e o
extermínio dos judeus pelos nazistas pudessem parecer uma insensata aceleração
de um processo que provavelmente ocorreria de qualquer modo, em termos da
extinção do judaísmo alemão.terça-feira, 6 de janeiro de 2015
APOCALIPSES "LER E GUARDAR"
No Apocalipses temos uma ordem que fica expressa aos leitores, "Bem aventurado os que leem e guardam", sim as suas profecias devem ser guardadas pois são revelações que irão se cumprir em seus dados tempos e da forma como Deus determinar.
Elas estão vinculadas ao propósito ético do livro; algumas exortam os santos a perseverar e viver uma vida exemplar à luz dessas profecias (1.3; 16.15; 22.7) e outras lhes prometem recompensas futuras se assim se comportarem (14.13; 19.9; 20.6; 22.14). Em Apocalipse, (makarios, bem-aventurado) é empregado de modo semelhante às bem-aventuranças de Mateus 5 e Lucas 6, trazendo em detalhes tanto as exortações (padrões esperados por Deus) quanto o consolo (recompensas prometidas aos fiéis). As bênçãos de Deus acompanharão os que perseverarem. Em 1.3, é seguido de sujeitos no singular (aquele que lê) e no plural (aqueles que ouvem).
E provável que na igreja do primeiro século os presbíteros ou líderes leigos fossem os que normalmente liam as Escrituras, mas não existem evidências de quantas leituras eram feitas. Sabemos que as cartas de Paulo eram muitas vezes escritas para serem lidas durante o culto (lTs 5.27; Cl 4.16; possivelmente E f 3.4) e, com base em 1.3 e 22.18,19, Apocalipse também se destinava à leitura nos cultos.
Esses dois conceitos, ouvir e guardar, aparecem juntos com bastante frequência no AT e também no NT. O fato é que o verbo hebraico traduzido por “ouvir” também significa “obedecer”; da perspectiva bíblica, os dois conceitos são inseparáveis. Mais uma vez, é no Evangelho de João que se vê a maior ênfase nos escritos neotestamentários. Em 1.37,40, “ouvir” está associado a “seguir” no contexto dos discípulos de João Batista que vão a Jesus. Em 4.42 (cf. 5.24), esse ato leva a “crer” e “saber”; em 5.25 e 5.28,29, conduz à vida; em 8.28, à ação; e em 8.47, ouvir é conseqüência de “pertencer a Deus”.Assim podemos concluir que o sentido expresso de "ler e guardar", esta no âmbito do sagrado e também do compromisso que se valida nos textos e palavras registradas no livro, tido como o manual do fim de todas as coisas.
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
O APOCALIPSES E SEUS MISTÉRIOS
Apocalipses
que para muitos pode ser a mais indecifrável palavra ou terminologia; alguns
inclusive ficam entre a ficção e alguns mitos extraídos desta revelação; que está
além das ideias ou ideologias; porque é Sagrado, estando inserido no cânon do
Novo Testamento. Mas o que na pauta do livro está registrado, o que seria? Ou
qual a forma que é percebida na aplicabilidade deste texto?
Em Apocalipse está claro que um dos maiores problemas dos cristãos na
província da Ásia é uma forma de adoração ao imperador (13.4,14-17; 14.9; 15.2;
16.2; 19.20; 20.4). No mundo romano, isso começou cedo, com a deificação de Júlio
César e Augusto, seguidos por Cláudio e Vespasiano. Mas o costume dessa época
era deificar o imperador após sua morte, e não adorar um soberano que ainda
estivesse vivo. Calígula exigiu ser adorado, mas não foi reconhecido como
divino pelo senado. Tibério e Cláudio não aceitaram ser deificados durante a
vida. O que mais nos interessa com relação ao nosso assunto é que Nero não foi
deificado, embora haja indícios de que este fosse seu desejo.
Nesta evidencia histórica e popular daquele período de domínio romano da
política e do império e que surge esta sagrada revelação de Deus, o livro que
nos deixa registrado tudo o que ainda irá se tornar realidade, no futuro profético.
Apocalipse fala de certa estabilidade na
situação das igrejas, mas sem excluir um nível razoável de perseguição (1.9;
2.2,3,9,10,13; 3.8,10). Contudo, as perseguições vinham, em grande parte, dos
judeus (2.9; 3.9) e o martírio de Antipas (2.13) era fato do passado. Em
Apocalipse, há poucos sinais de uma perseguição romana oficial na época da composição
do livro e somente duas cartas mencionam algum tipo de aflição (Esmirna e
Tiatira), embora a carta a Filadélfia pressuponha situação semelhante. A
perspectiva do livro é de que a maior parte da opressão está por vir (6.9-11;
12.11; 13.7,10,15; 16.6; 17.6; 18.24; 19.2; 20.4).
Portanto muito mais fatos e atos estão fixos neste registro sagrado que
contem na Bíblia Sagrada, assim muitos mais assuntos e pontos de vistas podemos
e iremos ver neste descrição histórica e teológica do livro do Apocalipses.
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