domingo, 23 de junho de 2013

A CONCEPÇÃO HARMÔNICA DO DIALOGO.


Martin Buber esforça-se em propor uma saída para a crise em que se engolfa o homem contemporâneo. A solução é, segundo ele, o estabelecimento sólido da comunidade, a mais autêntica forma de organização social. Só a vida em comunidade proporcionará os meios para uma existência melhor. Esta proposta será o molde para todas as outras, tanto no campo social quanto político e educacional. Tal proposta, não pode, no entanto, ser encarada como dogma. "A comunidade, afirma Buber, quando surgir deve satisfazer não a um conceito, mas a uma situação. A concretização da ideia de comunidade, como a concretização de qualquer ideia  não terá validade universal e permanente: ela será sempre apenas, uma resposta do momento a uma questão do momento. O dialogo proposto por Buber, vai alem do existencialismo Heidegeireano, por possuir uma proposta de comunidade, onde o confronto ira resultar em crescimento de uma concepção unificadora de pensamentos sobre o tema e não uma dissensão. Buber prima pela harmonia, construção de circunstancias, que vão alem do encontro entre dos seres para uma dialogo, pois pra este filosofo comunidade o sentido social, tem um aspecto de compartilhamento de harmonias onde surgirão crescimento a partir de propostas provenientes da trocas de idéias construtivas e fraternais. O que produz uma sociedade mais humana, prospera e que vive uma política para todos, pois tudo é discutido, com coerência. Na conscientização popular coerente e debatida com ordem existe produtividade, e gera harmonia, assim estamos sendo pacificadores e produtores de uma paz que só poderá reinar quando todos dialogarem com consciência de que dialogo é para compartilhar e na troca produzir mudanças pacificas. 

quinta-feira, 6 de junho de 2013



REFORMA E A SITUAÇÕES CONTROVERSAS DA ITÁLIA. 

Há um interesse especial ligado à história da Reforma na Itália, visto ser ali o centro do catolicismo romano. Os italianos, em geral havia muito que tinham tido para o papismo sentimentos parecidos com o desprezo, porque eram testemunhas constantes da maldade pública na sua me­trópole, e não podiam deixar de ver que essa maldade ti­nha o seu centro no Vaticano. Há muito que andavam desgostosos com o desregramento, a avidez, a ambição e a fraude que eram notórias na sua cidade principal, e mais de um coração sincero suspirava por uma mudança muito antes de ter começado a obra da Reforma. Por isso, logo que chegou à Itália a notícia da colisão de Lutero com Tetzel, houve muitos ali que pediram ansiosamente os escritos daquele. Alguns meses mais tarde o seu impressor em Ba­siléia escrevia nos seguintes termos: "Blásio Salmónio, li­vreiro de Leipzig, presenteou-me na feira de Francfort com alguns tratados compostos por si, os quais, como eram aprovados por homens sábios, mandei imprimir imediatamente, enviando seiscentas cópias para a França e a Espa­nha. Os meus amigos asseguraram-me que esses escritos são vendidos em Paris, e lidos e aprovados até pelos sorbo-nistas. Calvo, livreiro de Pávia, que é um sábio, e dedica-se às musas, levou uma grande parte da impressão para a Itália..." Apesar do terror reinante pelas bulas pontificais, e das atividades dos que velavam pela sua execução, os es­critos de Lutero, Melanchton, Zwínglio e Bucer continua­ram a circular e a ser lidos com prazer e avidez em várias partes da Itália. Alguns foram traduzidos na língua italia­na e, para escapar à vigilância dos inquisidores, foram publicados debaixo de nomes fictícios. Este desejo de se­rem lidos os seus escritos dava ânimo aos reformadores e não provinha de uma curiosidade vã.
Durante mais de vinte anos pôde esta obra prosseguir sem grande oposição; no ano de 1542, porém, viram clara­mente em Roma que ela ia fazendo enfraquecer o papismo; e então a Inquisição recebeu ordens para usar de força con­tra os protestantes, e em breve viram-se as prisões atulha­das de vítimas.