terça-feira, 25 de agosto de 2015

CRISTO E O PNEUMA EM PAULO O APOSTOLO

Cristo, à frente da fila da nova criação, é "novo" (novidade de vida), é celeste, é espiritual, espírito vivificante e espírito santifica- dor. A base de todos esses atributos, parece-nos podermos colocar a noção de "Espírito". O pneuma significa a esfera do divino em oposição à esfera da carne, do mundo "presente", do pecado, da morte. Não é oposto ao "sensível", como o você platônico, mas, ao criado. Desta noção principal, fundamental, derivam todas as outras. Celeste é equivalente de pneumáticos; por (1º. Co 15.45) exprime-se o significado pleno e ativo da vida e a santidade derivam de Cristo enquanto Espírito.Mas estas mesmas fórmulas são aplicadas ao Espírito Santo. Paulo não é responsável pela "dualidade" que parecerá pesar em sua teologia. A dualidade aparente resulta do evento cristão, da própria maneira pela qual a nova criação foi realizada por Deus.riquezas espirituais, a paz, a alegria, a pureza dos costumes, o amor ao próximo, a união a Deus na oração contínua e na confiança. Para interpretar esses dons e indicar sua origem, os cristãos referiram- nos simultaneamente ao Espírito Santo e a Cristo. Não podia ser de outro modo. Jesus havia formado seus discípulos para uma nova vida religiosa, separara-os da vida judaica para depositar o vinho novo de seu ensinamento em odres novos. Em Pentecostes e após ele, um entusiasmo humanamente inexplicável se apossara da jovem comunidade cristã; esta tinha visto realizar-se sob seus olhos todas as profecias que anunciavam tempos messiânicos, a efusão do Espírito Santo.Foi entendido que, colocado à direita do Pai pela ressurreição, Jesus agora derramava sobre os discípulos os bens do reino dos céus resumidos nos dons do Espírito e este Espírito vivificava novamente todos os ensinamentos e todos os exemplos do Evangelho.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

PROFETISMO EM ISRAEL UM FENÔMENO.

     A existência do fenômeno profético fora de Israel, inclusive em culturas diferentes das do Antigo Oriente, é um fato que ninguém põe em dúvida hoje em dia. Passaram-se os anos polêmicos em que parecia necessário negar a existência de um profetismo extrabíblico para salvar a inspiração dos profetas hebreus. Ou, inversamente, as anos em que se encontravam profetas em toda parte para negar a pretensa revelação de Deus através destes personagens de Israel. O estudo da questão tornou se mais científico, menos polêmico e menos apologético. O fato de terem existido profetas fora de Israel não implica que os profetas bíblicos carecessem de inspiração; e também não lhes tira a originalidade.Uma vez admitida a enorme difusão deste fenômeno, o que nos interessa saber agora é se a profecia bíblica tem a sua origem nas manifestações proféticas de algum país vizinho. No século passado, Kuenen propunha a profecia extática cananéia como lugar de origem da profecia israelita, teoria que Hõlscher manterá anos mais tarde. Em seguida se propôs o Egito. Agora está em pleno apogeu a tese de relacionar suas origens com a cidade de Mari. E convém ficar na expectativa sobre o que pode oferecer Ebla. 
    Nebeismo um fenômeno, que trouxe a interpretação Bíblica  algumas implicâncias, pois o caráter episódico e pouco freqüente do fenômeno profético em Mari, pelo menos na base do que podemos julgar com os dados que possuímos. Ao tratar este tema, é fácil cair na apologética barata: defender a qualquer custo a originalidade do profetismo hebraico, sem levar em conta que Deus pode comunicar-se, e de fato se comunica, a toda a classe de pessoas, sem distinção de raça ou nação. Também podemos correr o risco de simplistas, situando personagens quase desconhecidos no mesmo nível de Isaías. O mais sensato parece ser o seguinte: admitir que a profecia de Israel, nas suas remotas origens dos séculos XI e X, oferece pontos de contacto com Mari e Canaà; inclusive é provável que devamos ver ali o seu ponto de partida. Contudo, os profetas hebreus mais tarde se distanciam deste universo, como demonstra a maneira tão diferente de atuarem Elias e os profetas de Baal (lRs 18). E este abismo será ainda maior a partir do século VIII, quando a profecia chega à sua época de maior esplendor (Amós, Isaías, Oséias, Miquéias). Inclusive a partir deste momento, os profetas hebreus podem ter utilizado recursos literários difundidos por outros países. Isto, porém, nào tira originalidade à mensagem e à atuação deles.