sábado, 25 de abril de 2015

FUTILIDADE É O DESNECESSARIO?

É muito provável que o emprego paulino de mataiotês tenha sido instruído pela LXX, em especial pelo Eclesiastes. Embora o adjetivo mataios fosse empregado com regularidade na literatura grega para descrever o que é vão ou vazio, na literatura grega que foi conservada mataiotês é raramente empregado em comparação com a LXX, onde é usado muitas vezes com o sentido de “inutilidade”, “falta de valor”, ou “futilidade” (Bauemfeind, 523). No Eclesiastes (1,2.14; 2,1. 11.15.17 etc.), a expressão aparece repetidamente no refrão negativo: mataiotês mataiotêtõn, ta panta mataiotês. Devido às muitas conotações de mataiotês, é difícil traduzir nas línguas ocidentais esse coro repetido. A tradução tradicional: “vaidade das vaidades, tudo é vaidade”, encontrada em muitas traduções, está sendo substituída por tentativas mais criativas de captar o sentido Coélet indica a futilidade de todos os esforços humanos que buscam trazer satisfação duradoura em si e por si. Seria o mesmo que “perseguir vento” (Ecl 2,11). Só é possível encontrar sentido permanente e contentamento duradouro em Deus, que transcende a existência humana e com quem não há mataiotês. A futilidade é uma circunstancia que nos inquieta, por ser o improvável para alguns, outros luxo desnecessário; porém é o substancial para nossos auspícios de vida. Porém para Paulo é inutilidade, em muitas das situações do Ser em suas ansiedades e anseios.