A
PROPOSTA DIALÓGICA DE BUBER.
Buber em sua dialogicidade expressa em
sua obra “Eu e Tu” nos possibilita verificar uma abordagem religiosa que prisma
pelo contato, desenvolvido na comunhão. Onde Buber diz: A palavra-princípio Eu -
Tu só pode ser proferida pelo ser na sua totalidade. A união e a fusão em um
ser total não pode ser realizada por mim e nem pode ser efetivada sem mim. O Eu
se realiza na relação com o Tu; é tornando Eu que te digo. Toda vida atual é
encontro, e dentro desta condição fica expresso a comunicação que fundamenta o
diálogo e contato na comunicação.
Entre o Eu e o Tu não se interpõe nenhum
jogo de conceitos, nenhum esquema, nenhuma fantasia; e a própria memória se transforma
no momento em que passa dos detalhes à totalidade. Entre Eu e Tu não há fim
algum, nenhuma avidez ou antecipação; e a própria aspiração se transforma no
momento em que passa do sonho à realidade. Todo meio é obstáculo. Somente na
medida em que todos os meios são abolidos, acontece o encontro.
Assim nesta dialogicidade se interpõe
momentos que alternam as nossas possibilidades e propostas de confrontar e
concordar com os assuntos que são debatidos e projetados a partir do diálogo.
Pois surge no comunicar a individualização do pensamento e sua ampliação a
partir deste momento, Buber assim diz: “Cada Tu individualizado é uma
perspectiva para ele. Através de cada Tu individualizado a palavra-princípio
invoca o Tu eterno. Da mediação do Tu de todos os seres, surge não só a
realização das relações para com eles mas também a não realização. O Tu inato
realiza-se em cada uma delas, sem, no entanto, consumar-se em nenhuma ele só se
consuma plenamente na relação imediata para com o Tu que, pela sua própria
essência, não pode tornar-se Isso.
Com
isto vemos no contexto desta obra uma proposta de comunicação que vai alem do
pessoal e coletivo, mas se difunde no Ser em suas ações e reações sociais e
religiosas, vindo assim a construir como é expresso no livro, um viver
religioso, na trajetória do universo da fé, onde é construído todo um convívio
do Ser, em uma ação dialógica do Eu e Tu.
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