quinta-feira, 23 de junho de 2011


SKINNER INTERACIONISMO E EDUCAÇÃO.

Quando falamos de psicologia direcionada a educação, temos que nos reportar a  proposta de Skinner que caminha no sentido do interacionismo, isto é, o seu objeto de estudo, o comportamento, reflete exatamente essa idéia de troca, de relação. Para esse autor, comportamento é uma atividade do organismo (animal, incluindo os homens), que mantém trocas/relações com o ambiente, ou seja, o comportamento é produto da relação organismo-ambiente, segundo a qual não está nem no pólo do organismo (sujeito), nem no do ambiente a sua determinação, mas nas relações contextuais ou sociais,
que o faz emergir, como produto. Já, a obra de Vygotsky nasce sobre a égide do interacionismo. Por entender que o homem é quem constrói a sua própria cultura, ele pondera que os processos psicológicos são de origem e natureza social. Na sua visão, o homem é moldado pela cultura que ele próprio cria. Nesse sentido, o homem é determinado nas e pelas interações. É por meio da relação com o outro e por ela que o indivíduo é determinado. Vale ressalvar que a postura interacionista de Vygotsky não é partilhada por todos os seus seguidores. Há autores, tal como Davis (1993)7 que aponta que no sentido estrito do termo interacionismo, Vygotsky não pode ser qualificado como tal por não ter definido em seus estudos a contribuição do sujeito para a transformação do seu meio, o que, conseqüentemente, levou-o a não elaborar adequadamente o papel do sujeito na sua teoria. Nesse mesmo sentido, poderíamos dizer que Skinner também não se enquadra neste modelo, em função de sua crença de que o organismo age sobre o ambiente, modificando-o e, por sua vez, é modificado pelas conseqüências de sua ação. Nesta perspectiva, e, já que o mesmo não adota o materialismo histórico-dialético, podemos afirmar que ele não esclarece qual a participação e o papel do ambiente na interação. Da forma como está colocada, a proposição.
sugere que a ação do organismo prepondera sobre o ambiente e a relação é praticamente ponto a ponto: organismo-organismo. Isto é, o organismo gera modificações que, por sua vez,modificarão o próprio organismo.

sábado, 18 de junho de 2011


 PASCAL UM FILÓSOFO COM APOLOGIA CRISTÃ.

   Pascal escreveu obras importantes no campo da ciência e da matemática, porém sua obra mais notória é "pensées", que foi composta de escritos seus com o objeto de elaborar uma grande apologia do cristianismo, contra os incrédulos; não se dirige á razão para demonstrar e convencer, mas ao coração. Nesta obra,cujo plano não se conseguiu reconstituir, quer mostrar ao ateu e libertino o caminho do conhecimento de si mesmo e de sua miséria á necessidade psicológica de Deus: "A ordem do pensamento é de começar por si, e pelo seu autor e sua finalidade".   Pascal foi contemporâneo de Descartes, e entre eles ha diferenças e semelhanças, assim ambos eram matemáticos, porém Descartes era racionalista, e Pascal defendia que só a razão não bastava, não sendo considerado um teórico sistemático, mas empírico. Pascal valoriza muito o sentimento, escrevendo assim em sua obra penseés: "Os que estão acostumados a julgar pelo sentimento nada compreendem das coisas do raciocínio, pois querem logo chegar a perceber com um golpe de vista, e não tem habito, de procurar os princípios. E outros, pelo contrário, que estão habituados a raciocinar por princípios, nada compreendem das coisas do sentimento, procurando nelas princípios e não podendo vê-las de golpe". Segundo Pascal, espírito e razão são, de um lado, conhecimento por conclusões, mediado, enquanto o sentimento é conhecimento intuitivo imediato, para Pascal o coração vai ser considerado o núcleo  e o centro da pessoa humana.  Onde para este filósofo o sentimento vai se abrigar não só racionalmente, mas pela emoção e experiencias que a vida conceder, assim se encaminha o homem para um encontro com Deus, alcançando a fé e acreditando em Cristo. 

quinta-feira, 16 de junho de 2011


   EDUCAÇÃO EM AVANÇO? 

 Com este titulo venho relatar a minha participação essa semana em dois eventos na Educação, um o "Uno e Diverso" a nível Nacional e o outro I Semana da Pedagogia da Faculdade Católica.  Um como ouvinte e questionador nas comunicações orais, e o outro como participante com comunicação.  
Na Terça Feira, Libâneo foi um dos palestrantes, e sua fala foi destaque como sempre, onde abaixo cito algumas de suas frases: 

  •      O problema didático é o processo de conhecimento. 
  •      A unica função do conteúdo é a de fazer pensar.
  •      Curso de pedagogia tem muito conteúdo pouca pedagogia.
  •      A aprendizagem implica em formação de ações mentais relacionadas com o conhecimento.    
  Estas são frases impactantes de Libâneo, na verdade, o quadro da educação no Brasil precisa em alguns detalhes ser revisto, afim de que se possa crescer e construir-se uma educação, que forme profissionais para todas as áreas com excelência, para isto é preciso investir nas formação dos professores que são os responsáveis por formar intelectualmente estes profissionais.  Somos uma realidade que precisa ser repensada, pois os cursos de pedagogia precisam de pedagogos e educadores atuando como docentes, e não outros profissionais dando aula nos cursos de educação. 
Minha comunicação na F.C.U , esta pautada na formação e a pratica dos egressos do curso de pedagogia, vindo assim a relatar o excelente trabalho que esta fazendo a Faculdade Católica e dando um parecer de como esta sendo a aceitabilidade do aluno ali formado nas escolas.  Tenho procurado verificar todo este processo nesta pesquisa, implicando em propostas para melhoria da atuação do pedagogo. 
A educação no Brasil precisa ser redimensionada, e estimulada para o crescimento, assim teremos uma formação melhor em todas as áreas do conhecimento.       

quarta-feira, 25 de maio de 2011


          PEDAGOGIA QUE ALCANÇA O SABER PLURAL.
 
     O conhecimento é matéria prima para qualquer processo educativo, sabemos bem das grandes mudanças que tem havido em relação a questão epistemológica nos últimos anos. É possível se atribuir parte da renovada,atenção do conhecimento,ao construtivismo, que no momento ainda é uma das grandes forças na pedagogia latino-americana.  Com o construtivismo, o professor aprendeu que tem um papel importante, em relação a matéria com que está lidando, isto é com o conhecimento. Ele não precisa saber, apenas alguns conteúdos, mas cabe-lhe saber como determinado conceito foi construído através da história, e como o mesmo conceito é construído por uma inteligência que não esta pronta.mas que é ela mesma uma construção. Assim o professor é alguém que conhecendo precisa reconhecer,um conhecimento que jamais encontra sua forma definitiva. Paulo Freire inclusive, capta o espírito da função, desse educador,quando Ele fala na sua função testemunhal, no processo de conhecer. o professor testemunha uma forma de se relacionar com o conhecimento. Com isso uma aula expositiva, jamais pode ser simplesmente uma rotina, mas se torna um exercício ao mesmo tempo exigente e gratificante. 

sábado, 21 de maio de 2011




Seminário que esta ocorrendo com meus alunos no IBADETRIM, tem sido uma proposta interdisciplinar que tem agregado uma diversidade temática, onde cada um dos alunos que estão fazendo parte das comunicações orais, tem sido bem sucedido. O objetivo é produzir mentes pensantes teológicamente, e prepara-los para o universo acadêmico.  

segunda-feira, 2 de maio de 2011


 ENFOCANDO A DIALÉTICA NO SOCIAL.

A dialética em si não da boa consciência a ninguém; sua função não é tornar determinadas pessoas plenamente satisfeitas com elas mesmas. O método dialético em si nos incita a revermos o passado á luz do que esta acontecendo no presente; ele questiona o presente em nome do futuro, o que esta sendo em nome do que ainda não é.
A dialética intranqüiliza os comodistas, assusta os preconceituosos, perturba desagradavelmente os pragmáticos ou utilitários. Para os que assumem, consciente ou inconscientemente, uma posição de compromisso com o modo de produção capitalista, a dialética é subversiva, porque demonstra que o capitalismo esta sendo superado e incita a superá-lo. A dialética é contestadora, porem constrói na sua contestação um grande desenvolvimento interativo, que concilia no contrapor novas possibilidades, pois esta ampliando os assuntos, dentro da temática proposta.
Ser dialético ou seguir um enfoque nesta perspectiva é defender um sentido educacional coerente que refleti sobre o ambiente a qual se situa, conduzindo uma pessoa ao uma dimensão mais ampla e totalitária no sentido social e interacionista.  Portanto o social e os seus movimentos, terão destaque dentro das perspectivas da dialética. Do que esta defende, e procura se situar, vindo a colocar-se cada vez mais ampla em sua projeções. É nisto que Hegel, Engels e Lukacs vão se destacar no método dialético, pois são grandes expoentes pós Platão, que abraçam a causa e em defesa dos movimentos sociais vão construindo suas teses dentro da perspectiva dialética. Pois a dialética é sociabilizadora e construtora de elementos que valorizam o sociabilizar-se e isto é que defende os movimentos oriundos da sociedade Européia e Russa, onde também Marx como um filósofo que também se situa como defensor das classes sociais e mentor das políticas sociais, para as classes proletárias, e os relacionamentos e configurações dos debates Burgueses e Proletários, desenvolve assim uma dialética, que esta a situada na história dos movimentos sociais. 

sábado, 30 de abril de 2011



FALANDO EM DIALÉTICA. 

Falar sobre dialética se fez necessário esclarecermos o que significa, pois é muito alem de dialogo. Pois começou com dialogo na Grécia antiga, porem esta arte de dialogar foi dimensionando aos poucos, e foi se tornando a condição de argumentar sendo capaz de definir e distinguir claramente os conceitos envolvidos na discussão. Tendo sido fundada em 490 a 430 a.C,  sendo considerado seu fundador pelo filosofo Aristóteles, Zênon de Eléa, porem outros consideravam Sócrates, em 469 a 399 a.C; também pessoalmente concordo com os que aferem a Sócrates, pois esta era sua forma de desenvolver suas teorias e ampliá-las na teoria da ananmese que foi desenvolvida por Platão que foi discípulo de Sócrates. Pode considerar dialética também modo de pensarmos as contradições da realidade, o modo de compreendermos a realidade, como essencialmente contraditória e em permanente transformação.   Como vemos na argumentação desenvolvida através de um inquirir onde duas mentes ou mais começam a debater sobre uma tese, nesta argumentação surge novas perspectivas dentro desta tese, ampliando as suas proposições, ficando evidente a dialética como produtora desta dedução e ampliação, através das idéias serem exploradas.
Segundo Aristóteles, todas as coisas possuem determinadas potencialidades; os movimentos das coisas são potencialidades. Todo potencial para se tornar em ato, precisa de um processo condutor de um desenvolvimento, isto é causado pela dialética.
Sou um defensor da dialética, a considerando como o elemento chave para propulsão de varias hipóteses que se tornarão realidades concretas; sendo assim imprescindível para a educação.  

terça-feira, 8 de março de 2011





A DIALÉTICA PRODUZ NOVAS REALIDADES ESCOLARES.


A dialogicidade é o elemento propulsor de todo contexto acadêmico, é preciso interagir na dimensão de idéias e propostas epistemológicas para se tornar um estudo produtivo. Por isso que o ensino tem que ser desenvolvido dentro de um processo de planejamento dialógico. Pois uma escola, não é só um local que transmite conhecimento, mas é um local transformador de realidade; o arquiteto figura na mente sua construção antes de transformá-la em realidade. As escolas precisam pensar e atura na perspectiva que, realidades escolares não são mudadas de um dia para outro, no entanto, precisamos pensar e planejar as mudanças, e estas mudanças precisam levar em consideração a diversidade de idéias e valores que existem na escola. Formar cidadãos críticos e participativos é acima de tudo deixar as pessoas livres para que expressem seus contentamentos e descontentamentos, é respeitar a multiculturalidade dos seres, é entender que a escola deve acompanhar as transformações do mundo. Afim de vir a ser o diferencial formador e produtor de intelectualidade para uma sociedade.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CONVITE VÍDEO AULA DE HERMENÊUTICA.


HOJE  NA POSTAGEM NOTURNA ESTAREI APRESENTANDO A 2º. VÍDEO AULA de HERMENÊUTICA.  ASSISTA.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

AULA INTRODUTÓRIA DE HERMENÊUTICA.


sábado, 5 de fevereiro de 2011



INTERPRETANDO PASCAL.

Neste momento estou começando a escrever mais uma postagem, na verdade é mais uma abordagem que esta sendo construída. Um momento para interpretar uma concepção de Pascal, pois estou nesta semana trabalhando nesta perspectiva.
Disse Pascal: “Nada é mais insurpotavel ao homem do que ficar em repouso total, sem paixões, negócios, atividades, distrações a atividades. Se percebe então seu nada, seu abandono, sua impotência, seu vazio. Sem demora, tirara do fundo de sua alma o tédio, o negrume, a tristeza, a lamentação, o despeito e o desespero.”
O oscio é causador de momentos de repouso, porem mesmo sendo necessário, causa reações desagradáveis; ninguém consegue se realizar parado, sem nada concretizar, sem atuar. As paixões se esvaem pelos horizontes da inconseqüência, do nada praticar em uma vida sem sentido ativo. Em conseqüência ira causar o desprazer, pois nada mais lhe estará conduzindo aos desejos, que estão por traz dos anseios da paixão.
Sem o mercantilismo, proveniente dos negócios, um comerciante, executivo e empresário, entra em angustia e pane monetária, onde as oportunidades de ganhar se esvaem causando apreensão e ansiedade.
As distrações levam vidas aos momentos da descontração que alegram, entusiasmam, empolgam e fazem vibrar a alma; é preciso se distrair para poder provocar na tristeza e na apreensão do labutar a alegria que irradia na face o brilho do sorriso.
O tédio não pode permanecer, pois vai causar doenças psicossomáticas, é preciso agir, trabalhar, projetar, movimentar e respirar as idéias que entusiasmam os homens, pois estes não podem ficar sem uma razão para existir; com uma motivação que contagie a cada instante o animo, que ira fazermos reagir. 

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

       CUIDADO COM TEISMO ABERTO.
   A o falar de Teismo Aberto, que entre outras afirmativas considera Deus como um Deus limitado, e que não pode prever o futuro, não conhecendo nada alem do que ja existe. Temos que ver que esta heresia vai ser fruto da teologia liberal defendida por Theodor Vom Harnak; e também pela filosofia de Heidegger que ao estudar uma experiencia cristã no sentido ontológico, vai tecer criticas fortes contra a teologia, por esta desvirtuar as experiencias que enfocam a racionalidade. Mais tarde Bultmamm vaiu desacandear outra circunstancia polêmica e herética, que é considerar muitas partes do Novo Testtamento como mito, exemplo contudente o Apocalipses, que para Ele não tem todo este sentido expresso no livro, não podendo ser comprovado seu teor escatológico. Ai começa a surgir ao inverso de uma sobrenaturalidade e defesa coerente do Kanom, uma supranaturalidade; que vai conduzir alguns teologos a extremismos decadentes.
No contexto atual de modernidade e pós-modernidade, surge com expressiva falácia em alguns meios teológicos o Teismo Aberto, que vem com um sentido de teologia liberal e um desenvolvimento de teologia relacional. A história do século XVIII vindo a deturpar e causar momentos de ceticismo e descredito dentro do contexto evangélico, levando muitos teológos a desfocar do Sagrado e da Fé. Pois no relacional,estamos descentralizando o contexto escrituristico e inspirativo da Bíblia e apresentando uma concepção perigosa e tendeciosa, portanto cuidado com inovações teológicas da atualidade, como Teismo Aberto.

sábado, 9 de outubro de 2010

  HOBBES E O ESTADO NATUREZA.

A referência implícita aqui é à idéia de “estado de natureza”, objeto das considerações de Hobbes durante o século 17. Durkheim reconhece que a anarquia é dolorosa, os indivíduos sofrem com os conflitos desordens, e com a sensação de hostilidade geral e de desconfiança mútua quando eles se tornam crônicos. O mundo moderno caracterizar-se-ia por uma redução na eficácia de determinadas instituições integradoras como a religião e a família, já que as pessoas passam a agrupar-se segundo suas atividades profissionais. A família não possui mais a antiga unidade e indivisibilidade, tendo diminuído a sua influência sobre a vida privada, o Estado mantém-se distante dos indivíduos, tendo “com eles relações muito exteriores e muito intermitentes para que lhe seja possível penetrar profundamente nas consciências individuais e socializá-las interiormente”. Por outro lado, a diversidade de correntes de pensamento torna as religiões pouco eficazes nesses aspectos, na medida em que não mais subordinam completamente o fiel, subsumindo-o no sagrado. Com isso, a profissão assume importância cada vez maior na vida social, tornando-se herdeira da família, substituindo-a e excedendo-a. Mas ela própria somente é regulada no interior da esfera de suas próprias atividades. Por isso é que Durkheim procurou no campo do trabalho, nos grupos profissionais, um lugar de reconstrução da solidariedade e da moralidade integradoras das quais lhe pareciam tão carentes as sociedades industriais. Nesse caso, o grupo profissional ou corporação cumpria as duas condições necessárias para a regulamentação da vida social, então anárquica, já que estaria interessado na vida econômica e tem uma perenidade ao menos igual à da família.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

    Pós Renascença e a Sociologia.

      Continuando a mencikonar sobre Durkhein, podemos dizer que não só inflenciou na educação e na formação intelectual de um povo em um tempo e em gerações conseguintes, mas que vai nortear a sociologia como ciencia que estuda as sociedades, com o sustento argumentativo de Marx. Pois pelo menos até o século 18, a maioria dos campos de conhecimento, hoje enquadrados sob o rótulo de ciências, era ainda, como na Antigüidade Clássica, parte integral dos grandes sistemas filosóficos. A constituição de saberes autônomos, organizados em disciplinas específicas, como a Biologia ou a própria Sociologia, envolverá, de uma forma ou de outra, a progressiva redefinição das questões últimas colocadas tradicionalmente pela reflexão filosófica, como a liberdade e a razão. Consideraremos brevemente algumas idéias cujo impacto foi marcante para a configuração das primeiras teorias sociais modernas. Concomitantemente aos processos de ordem socioeconômica, mudanças culturais contribuirão para suplantar a concepção orgânica, dominante na Antigüidade e no período medieval, substituindo-a por correntes de pensamento de base individualista. A Reforma protestante, iniciada no século 16, foi um momento importante nessa trajetória. Ao contestar a autoridade da Igreja como instância última na interpretação dos textos sagrados e na absolvição dos pecados, a Reforma colocou sobre o fiel essa responsabilidade e, instituindo o livre exame, fez da consciência individual o principal nexo com a divindade. O espírito secular impregnou distintas esferas da atividade humana. Generalizou-se aos poucos a convicção de que o destino dos homens também depende de suas ações. Críticas à educação tradicional nas universidades católicas levaram à substituição do estudo da Teologia pelo da Matemática e da Química.
A crença de que a razão é capaz de captar a dinâmica do mundo material e de que a lei natural, inscrita no coração dos homens, pode ser descoberta espontaneamente vai ganhando força, deteriorando, aos poucos, os velhos princípios de autoridade - entre os quais os mantidos pela Igreja católica. Sobre essa base, torna-se mais fácil compreender “O tempo se converte em moeda, não passa ... se gasta.” THOMPSON. Tradición, revuelta y consciencia de clase.  Foi entre os séculos 17 e 18, sobretudo, que despontaram as concepções e faziam do indivíduo o ponto de partida do saber e da vida social.Emergência do empirismo, do racionalismo cartesiano e o avanço das ciências experimentais que, no seu conjunto, caracterizarão a era moderna.Além do impacto das mudanças provocadas pela Revolução Industrial, atribui-se à Revolução Francesa, alentada pelo movimento de idéias da Ilustração, um extraordinário impulso para que o modo sociológico de investigar e interpretar a realidade social se tornasse possível.A confiança na razão e na capacidade de o conhecimento levar a humanidade a um patamar mais alto de progresso, regenerando o mundo através da conquista da natureza e promovendo a felicidade aqui na terra, tornou-se bandeira e símbolo do movimento de crítica cultural que marca o Setecentos, o Século das Luzes - o Iluminismo. É esse movimento de idéias - que alcança seu ponto culminante com a Revolução Francesa e o novo quadro sociopolítico por ela configurado - que terá um impacto decisivo na formação da Sociologia e na definição de seu principal foco: o conflito entre o legado da tradição e as forças da modernidade. A idéia de liberdade passou, então, a conotar emancipação do indivíduo da autoridade social e religiosa, conquista de direitos, e autonomia frente às instituições. A burguesia européia ilustrada acreditava que a ação racional traria ordem ao mundo, sendo a desordem um mero resultado da ignorância. Educados, o seres humanos seriam bons e iguais. Embora o status da mulher continuasse a ser inferior, começava-se timidamente a pensar, e mesmo a promover, em algumas esferas, a igualdade civil entre os sexos. A idéia de que o progresso era uma lei inevitável que governava as sociedades consolida-se e vem a manifestar toda a sua força no pensamento social do século , atuando diretamente sobre os primeiros teóricos da Sociologia. Na busca de explicações sobre a origem, a natureza e os possíveis rumos que tomariam as sociedades em vias de transformação, temas tais como liberdade, moral, leis, direito, obrigações, autoridade e desigualdade ganham destaque e vêm a fazer parte também do elenco de questões que a Sociologia se coloca.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Em sequência, estarei abordando um desenvolvimento de um tema numa perspectiva filosófica porem de sentido teológico, enquadrado na teologia sistematica, apresentar uma tematica que vem com realidades sistematica relacionadas a uma linguagem,concepção e realidade filosófica tem o direcionamento dentro da visão teológica defendida e adotada por Paul Tillch, que  ja li varias obras deste expressivo teológo, e nesta postagem estarei refletindo dentro de um de seus escritos.

 FATALIDADE E PROVIDÊNCIA.

  Providência é um conceito de sentido paradoxal, pois a fé na providência é fé apesar da escuridão da fatalidade e da falta de sentido da existencia, o termo pronóia(providência)aparece em Platão no contexto de uma filosofia que superou a esciridão da fatalidade trans-humana e trans-divina através do bem como poder ultimo do ser e do conhecimento, a fé na providência histórica e´o triunfo da interpretação profética da histórica,uma interpretação que dá sentido á existencia histórica apesar das experiências incessantemente reiteradas da falta de sentido,porem o Cristianismo enfatiza a vitória de Cristo,sobre as forcas da fatalidade e do medo,exatamente quando elas pareciam ter lhe derrotado na cruz, aqui se estabeleceu definitivamente a fé na providencia.
Embora o ser humano não consiga compreender a extensão da provid~encia de Deus, insisti que a pode definir e identificar a sua intensidade,em tres formas a teleológica,dialética e harmonistica. A teleológica que trabalha com a possibilidade do transcendente se identificando com a imanência do homem, na sua concepção salvivíca; a dialética na discussão e confrotação dos argumentos a favor e contra a interv~enção de Deus na história e a harmonistica fazendo um relacionamento de todos efeitos positivos na vida do ser conduzidos e efetuados por Deus, que pode tudo a Ele convergir e sustentabilizar o universo.Continuo na proxima postagem...

sábado, 17 de julho de 2010

 A Unção, Uma Vida de Plenitude Espiritual.


As conseqüências da plenitude do Espírito, devem se manifestar em um relacionamento inteligente, controlado e saudável com Deus e com as outras pessoas. A plenitude do Espírito, por sua vez, leva a um comportamento moral controlado e racional, que transforma o cristão na imagem de Cristo. e, com isso, a plenitude do Espírito não é tanto uma experiência mística particular, quanto um relacionamento moral com Deus e as pessoas ao nosso redor.
O primeiro resultado é "falando". A tradução "entre vós" não deve ser entendida como se as pessoas cheias do Espírito começassem a falar consigo mesmos, como se sua mente estivesse anuviada! Em Col. 3:16 o apóstolo incentiva seus leitores a deixarem a palavra de Cristo habitar ricamente neles, para que possam "instruir e aconselhar-se mutuamente em toda a sabedoria". É bastante interessante o fato de que a primeira evidência de ser cheio do Espírito é falarmos uns aos outros. Mas isto não deve nos surpreender, já que o primeiro fruto do Espírito é o amor. Por mais profunda e íntima que nossa comunhão com Deus possa parecer, não podemos dizer que estamos cheios do Espírito se, porventura, não conseguimos falar com algum irmão. O primeiro sinal da plenitude é a comunhão. Mais anda, é comunhão espiritual, porque falamos uns aos outros não com tagarelice mundana, mas "com salmos, ... hinos e cânticos espirituais". É óbvio que isto não pode significar que o meio de comunicação normal entre crentes cheios do Espírito seja a música! Antes, significa que a verdadeira comunhão se expressa no culto conjunto. Um bom exemplo é o (Sal. 95), "vinde, cantemos ao Senhor." Esta é uma ocasião em que pessoas pertencentes a Deus falam umas às outras com um Salmo,incentivando-se mutuamente a adorarem seu Senhor. Isto nos conduz ao segundo resultado da plenitude do Espírito, que é "cantando e fazendo melodias" para o Senhor. O Espírito Santo adora glorificar o Senhor Jesus, manifestando-o ao seu povo de uma maneira em que eles se regozijem em cantar louvores a Ele. A exortação, que é cantar ao Senhor "no vosso coração". Esta terminologia dá a impressão de que seu júbilo pode ser integralmente interior, dirigido somente "aos ouvidos do Senhor" Porém a tradução "de (todo o) coração" provavelmente é mais correta. O coração não é o lugar, mas a maneira como estamos cantando. O apóstolo nos exorta a não ficarmos em silêncio, mas a adorarmos sem preconceitos. Em terceiro lugar, devemos dar "sempre graças por tudo". Muitos cristãos dão graças às vezes, por algumas coisas; crentes cheios do Espírito agradecem sempre, por todas as coisas. Não existe hora nem circunstância pelas quais eles não agradecem. Eles o fazem "em nome de nosso Senhor Jesus Cristo", isto é, porque são um com Cristo, e "a nosso Deus e Pai", porque o Espírito Santo testemunha a seu espírito que eles são filhos de Deus e que seu Pai é integralmente bom e sábio. A murmuração, um dos pecados costumeiros de Israel, é um pecado grave que é um sintoma de descrença. Sempre que começarmos a reclamar e a nos queixar, isto é um sinal claro de que não estamos cheios do Espírito. Sempre que o Espírito Santo domina os crentes, eles agradecem ao seu Pai celestial a toda hora, por tudo. Vimos que os segundo e terceiro sinais da plenitude do Espírito são relacionados a Deus – cantando ao Senhor e dando graças ao Pai. O Espírito Santo nos coloca em um relacionamento correto de louvor com o Pai e o Filho. O crente cheio do Espírito não tem dificuldades práticas com a doutrina da Trindade. Os terceiro e quarto sinais, entretanto, têm a ver com nosso relacionamento com as outras pessoas: falando uns aos outros, e agora se sujeitando uns aos outros. O apóstolo continua mostrando que a submissão é a obrigação específica de uma esposa diante de seu marido, de filhos diante de seus pais e de empregados diante de seus empregadores, mas ele começa dizendo que ela é a obrigação geral de todos os cristãos uns diante dos outros (o que inclui maridos, pais e empregadores). A submissão humilde é uma parte tão importante do comportamento cristão que o verbo aparece trinta e duas vezes no Novo Testamento. A marca registrada no cristão cheio do Espírito não é a auto-afirmação, mas a auto-submissão. É verdade que às vezes, quando um princípio teológico ou moral fundamental está em jogo, não podemos ceder. Paulo deu um exemplo destacado desta necessidade de firmeza quando se opôs a Pedro, numa confrontação direta e pública, em Antioquia (Gal. 2:11-14). Porém precisamos sempre tomar cuidado para que nossa firmeza aparente em um principio não seja uma exibição desagradável de orgulho. É sábio desconfiar de nossa indignação justa; geralmente há nela mais que alguns traços de vaidade injusta. O teste está nas últimas palavras da frase: "No temor de Cristo". Nossa obrigação primordial é submissão reverente e humilde ao Senhor Jesus. Devemos nos submeter aos outros somente até ao ponto exato em que nossa submissão a eles implicar em deslealdade a Cristo. O Espírito Santo nos coloca em um relacionamento correto com Deus e as pessoas. Devemos procurar a principal evidência da plenitude do Espírito Santo nestas qualidades e atividades espirituais,e não em fenômenos sobrenaturais. Esta é a ênfase do apóstolo quando ele trata deste assunto em suas cartas aos efésios e coríntios, bem como quando ele especifica o "fruto do Espírito" em sua carta aos gálatas. Os dois imperativos de Ef. 5:18, tanto a proibição como a ordem, são escritos para toda a comunidade cristã. Eles têm aplicação universal. Nenhum de nós deve embriagar-se; todos devemos ser cheios do Espírito. Enfaticamente, a plenitude do Espírito Santo não é um privilégio reservado para alguns, mas uma obrigação de todos. Assim como a exigência de sobriedade e domínio próprio, a ordem de buscar a plenitude do Espírito é dirigida a todo o povo de Deus, sem exceção. Uma condição importante para gozar da sua plenitude é entregar-se a ele sem reservas. Mesmo assim, não devemos pensar que somos apenas agentes passivos ao recebermos a plenitude do Espírito, assim como quando alguém fica bêbado. Torna-se bêbado bebendo; ficamos cheios do Espírito também bebendo, como já vimos no estudo do ensino do nosso Senhor em João 7:37.Quando no casamento em Caná, Jesus disse: "Enchei d'água as talhas" (João 2:7), o imperativo aoristo mostra que ele queria que o fizessem somente uma vez. O imperativo presente "sede enchidos com o Espírito", por sua vez, não indica alguma experiência dramática ou determinante, que resolve o problema para o bem, porém uma apropriação continua. Isto é reforçado na Carta aos Efésios pelo contraste entre o "selo" e a "plenitude" do Espírito. Duas vezes o apóstolo escreve que seus leitores foram "selados" com o Espírito Santo (Ef. 1:13 e 4:30). Os aoristos são idênticos e aplicam-se a todo crente arrependido. Deus o aceitou e colocou nele o selo do Espírito, autenticando-o, marcando-o e garantindo-o como Seu. Todos os crentes são "selados", mas nem todos permanecem "cheios", porque o selo foi colocado uma vez, no passado, enquanto a plenitude é ou deveria ser presente e contínua.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

       A teologia Bíblica, precisa estar relacionada com a teologia exegetica para uma didaschalia Bíblica que possua coerência teológica,sem direcionar-se para teologia sistematica. Por isso que procuro e persisto em estar atuando dentro de uma teologia Biblica, não só histórica mas também exegética, quando estamos tratando do canon do Antigo Testamento,que tanto é histórico,como também esta em consonância com a teologia exegética.Vejamos isto evidente neste tema que estarei abordando,que mesmo que tenha um sentido dogmático segue o parametros exegeticos da teologia Bíblica.


  
                                                  REVELAÇÃO DE DEUS



Deus se revela aos homens como Criador amante de sua criação e por sua própria iniciativa; essa revelação era abundante no principio dos tempos – era plena – havia os elementos necessários para que esse relacionamento se desenvolvesse da forma mais bela e perfeita, sendo um relacionamento bom, ético, moral e perfeito entre o Criador e a criatura; nesse período detectam-se muitas características peculiares a pessoa de Deus; existem muitas especulações doutrinarias de religiões e seitas sobre o inicio da revelação de Deus, porem a Teologia do Velho Testamento nos mostra pelas ações de Deus que , por exemplo, o amor é uma marca indelével no Seu caráter e esta presente em todos os aspectos da criação. A Teologia do Velho Testamento propõe um Deus tão magnânimo em sua criação que uma série de teorias foram levantadas para explicar termos como evolução, idade da terra, e etc. – vemos em todas estas teorias a presença de um Criador flexível que trabalha dentro de um propósito bem definido na obra da criação; quer sejamos pré-adâmicos, criacionistas, evolucionistas teístas, criacionistas progressivos ou aceitemos a teoria da catástrofe universal, conseguimos ver a atuação laboriosa de um Deus Criador em cada uma delas. Para se revelar ao homem Deus usou atribuições que registrou em diversas partes do texto sagrado, em Gênesis, por exemplo, vimos a majestade de Deus relacionada com a criação do universo; existe, pensamos, uma progressão na revelação de Deus no texto sagrado. É conhecido, por estudos psico antropológicos que uma das necessidades encontradas nos homens de toda cultura e época é a de crer, crer em algo transcendente, muitas vezes em forma de um deus nominal – Elohim, 1º grau de revelação de Deus , mostrando aos leitores da sagradas letras sua primordial atribuição: acima de tudo e de todos existe um Deus majestoso que se revela como Senhor de todas as coisas. O próximo passo da revelação é o que também se configura como uma necessidade natural do ser humano em todo lugar e tempo, que é uma explicação as perguntas de quando e como tudo foi criado. Conhecemos, a partir desta necessidade o Deus Criador que é majestoso em sua glória e Senhor Criador do universo; só que apenas com elementos físicos, químicos e orgânicos essa criação não estaria completa; outro questionamento, então, percorre o pensamento dos homens de todo lugar e época que é: como e porque o universo funciona? Quem é que fez as leis físicas, químicas e orgânicas? Quem é que faz com que elas se cumpram?, vemos, então, num 3º passo da revelação divina o Deus põe ordem ao caos, que comanda e rege com cetro de poder e sabedoria todas as coisas existentes no universo; porém faltava ainda um estágio de revelação que mostrasse um lado da personalidade de Deus, pois até o presente momento só vimos manifestações de sua glória, seu poder, sua organização, porém um traço de sua personalidade era necessário se revelar; vemos então o Deus que se move sobre a face do abismo, que não é estático, que não precisa ser carregado pelos homens, porém um Deus que faz e se revela em Espírito autônomo ao homem, mostrando um lado pessoal, uma característica, um Espírito que um dia, tão bondosamente se distribuiria entre os seus. Nessa revelação evolutiva, o próximo passo é entrar mais no campo da personalidade, se tornar mais identificável aos homens e, nesse 5º passo de revelação, Deus aparece como um Ser ético, mostrando para o homem um princípio universal: tudo que é ético é necessariamente belo e bom; Tudo o que Deus criou é bom e belo, assim, Deus se mostra como o único ser verdadeiramente ético, justo e bondoso, e o é por toda sua glória, majestade, onibenevolência, etc. O próximo passo na revelação de Deus é se mostrar ao homem como um Ser responsável, que, não apenas cria, mas cria, rege e cuida; temos assim a figura do Deus Pai, Todo Poderoso Criador dos céus e da Terra. Quandono início falamos das duas fontes de criação do homem, dissemos que é impossível que o homem viva sem uma dessas duas fontes e Deus é uma destas duas fontes.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Após ter apresentado um vídeo com uma breve exposição filsófica, por mim desenvolvida, justamente para desenvolver uma interdisciplinariedade no blog, como tambem estar expondo um pouco de minha atuação num ambito verbal e expositivo,agora retorno a uma postagem dentro de uma perspctiva da teologia contemporânea; falando sobre Barth e seu posicionamento teológico, a partir de pontos contidos em seu famoso livro sobre Romanos.

O POSICIONAMENTO TEOLÓGICO DE BARTH.

 
Johann Christoph Blumhardt transmitiu a Barth a esperança escatológica e universal do Evangelho. De Christoph Blumhardt, o filho, Barth aprendeu que a esperança não leva a um quietismo, mas ao pleno engajamento no mundo. Mas foi diretamente na Bíblia que Barth procurou as respostas para a vida. Realizou esse empreendimento com seu amigo Eduard Thurneysen. Em 1916, os dois começaram a estudar juntos a carta aos Romanos. Junto com Eduard Thurneysen, Barth iniciou o movimento ad fontes, voltando-se para a Escritura Sagrada e a teologia dos Reformadores. Em 1919, Barth escreveu o Comentário à Carta aos Romanos. Em 1922, ele escreveu a segunda edição, completamente reformulada, marcando o surgimento da teologia dialética, também conhecida por “teologia da crise” (ou da ruptura) – por causa da crise sócio-econômica e cultural (a guerra acabou com o otimismo do progresso). “Nesta segunda redação do livro eliminei na medida do possível tudo o que na primeira pudesse deixar entender que a Teologia se funda, se apóia sobre uma Filosofia da existência ou dela receba a justificação.” Portanto, a segunda edição do Comentário à Carta aos Romanos é o documento histórico que marca o início da teologia da crise, pois Barth designava a Palavra de juízo divino contra todo o empreendimento humano. O ser humano é descrito como um pecador que virou as costas para Deus, encontrando-se agora numa espécie de cegueira. Por si mesmo, o homem não possui a capacidade de conhecer a Deus. O conhecimento de Deus é uma dádiva a ser recebida pela fé em Cristo. O ser humano precisa se confrontar com a graça revelada em Cristo.
O filósofo e teólogo dinamarquês Sören Kierkegaard (1813-1855) posicionou-se contra o sistema filosófico de Hegel. Kierkegaard não admitia que a responsabilidade pessoal fosse reduzida a “um momento” dentro do processo cósmico, que é a marcha do Espírito em direção ao Absoluto. Também via com estupefação o fato de a Dinamarca ter aderido a essa filosofia. Escreveu Ataque contra a cristandade, salientando que, numa sociedade onde todas as pessoas são “cristãs”, o verdadeiro cristianismo já deixou de existir. Kierkegaard dizia que existe um abismo entre o divino e o humano. E a filosofia de Hegel insistia numa continuidade. Kierkegaard acusou a elite cultural de estar conspirando para destruir o cristianismo autêntico. Kierkegaard salientou que existe uma “diferença qualitativa infinita” entre Deus e os seres humanos. Em sua queda e finitude, os seres humanos precisam acolher a verdade de Deus mediante uma decisão, um “salto de fé”. Conhecer a Deus é uma atitude de fé, o que significa correr o risco de saltar. Deus é pessoal, santo e transcendente. Os seres humanos são finitos, pecadores e dependentes. Deus só pode ser conhecido mediante um relacionamento pessoal. Somente o “salto de fé”, o risco pode nos proporcionar o verdadeiro relacionamento com Deus. Enquanto não houver o “salto de fé”, podemos ter uma religiosidade ética, mas não seremos cristãos autênticos. Barth se identificou com o posicionamento de Kierkegaard contra o cristianismo cultural e a filosofia de Hegel de continuidade entre Deus e o mundo, reino de Deus e cultura. Também Barth entendeu que a fé cristã consiste no relacionamento entre o Deus santo e o ser humano finito e pecador. Era necessário enfatizar a transcendência de Deus, pois a teologia liberal havia encoberto esses temas com o racionalismo e a moralidade. Respaldado pela reflexão de Kierkegaard, Karl Barth pôde declarar que a fé cristã não é uma religião entre as outras, nem o ponto culminante dos sentimentos religiosos da humanidade, nem um sistema de moralidade, nem uma expressão cultural a serviço de alguma ideologia sócio-política. No prefácio da segunda edição do Comentário à Carta aos Romanos, em 1922, Barth mostrou seu reconhecimento à reflexão de Kierkegaard. “Se tenho um sistema, ele está limitado ao reconhecimento do que Kierkegaard chamou de “distinção qualitativa infinita” entre o tempo e a eternidade, e à minha opinião de que ela possui uma relevância negativa tanto quanto positiva: “Deus está no céu e tu estás na terra”. O relacionamento entre esse homem e esse Deus é, para mim, o tema da Bíblia e a essência da filosofia.” Kierkegaard declarou que a encarnação de Jesus Cristo é um “paradoxo absoluto”. E Barth constatou que a fé cristã não é uma síntese de opostos (como propunha Hegel). As verdades básicas da Palavra de Deus contêm paradoxo.
Barth redescobriu o Evangelho sem o auxílio de um sistema humano. E assim teve início a “teologia da Palavra de Deus”. Seu postulado teológico é que “a possibilidade do conhecimento de Deus encontra-se na Palavra de Deus e em nenhum outro lugar”. Portanto, “o Deus eterno deve ser conhecido em Jesus Cristo e não em outro lugar.” A teologia dialética não rejeita, mas questiona o método histórico-crítico como chave de interpretação da Bíblia. O ambiente acadêmico da teologia liberal vinha apresentando o método histórico-crítico corno a única chave para interpretar a Bíblia. A interpretação histórico-crítica se concentra demasiadamente em questões periféricas, ao passo que Barth enfatizava a proclamação (querigma) como sendo o fundamental. Considerava a exposição dialética mais importante do que uma exposição filológica e histórica. Bart considerou que o método histórico-crítico tem aspectos positivos. Mas, posicionou-se contra o “abuso idealista e reacionário desse método”. Barth observa que a ideologia progressista da filosofia de Hegel foi desmentida pela Primeira Guerra Mundial. O desmoronamento cultural era uma evidência disso. Não há como estabelecer uma síntese entre a fé cristã e a ideologia do progresso cultural. Barth aponta para a centralidade da Sagrada Escritura, o documento da revelação de Deus. Barth aconselha que sejam respeitados os limites do método histórico-crítico. A autoridade da Palavra de Deus não pode ser submetida a critérios de pesquisa. A razão humana não pode ser o critério último para a análise dos escritos bíblicos. Nesse caso, corre-se o perigo de identificar Espírito Santo com razão humana. O método histórico-crítico corre o risco de identificar interpretação racional com a Palavra de Deus. Tornou-se paradigmática a declaração de Barth: “Mais críticos deveriam ser os histórico-críticos.” A pesquisa histórica não pode suplantar a eficácia da revelação divina “na Palavra”. A reverência pela histórica não pode resultar em desconsideração acrítica pela Palavra que está por trás das palavras. Barth aponta para o caráter reacionário do método histórico-crítico, pois a dinâmica escatológica da Palavra por trás das palavras deixa de ser assimilada quando toda a tradição da fé é medida pela norma do existente. O método histórico-crítico considera como o histórico apenas o analógico (baseado em semelhança). Tudo o que foge dos esquema de analogia (relação de semelhança) é rotulado de simbólico, lendário e mitológico. Os conceitos de fé naufragam na “onipotência” da analogia. Os conteúdos decisivos da fé cristã devem permanecer com seu caráter transformador. A dinâmica escatológica não poder ser nivelada dentro de um processo histórico-analógico. Deve ser preservada a dimensão escatológica do agir divino – o totaliter aliter (o Totalmente Outro). A dialética acentua o contraste entre a eternidade e o tempo, entre Deus e a humanidade. O método dialético coloca os pontos de vista diferentes em confronto. Obtém-se assim um equilíbrio entre as declarações que afirmam e as que negam certa proposição. Desse modo, as respostas são interrogadas, e as perguntas, respondidas. “Apenas resta, pois ... relacionar ambos, o positivo e o negativo, um com o outro. Para esclarecer o sim pelo não e o não pelo sim, sem nos demorarmos mais que um momento no sim ou no não; deste modo, por exemplo, falando da glória de Deus na criação apenas para passar imediatamente a ressaltar que Deus está completamente oculto a nós na natureza, e falar da morte e da transitoriedade da vida apenas para lembrar a majestade da vida inteiramente outra que vem a nosso encontro nessa própria morte.”

sábado, 18 de outubro de 2008

PARABÊNS IBAD.

Uma Mensagem Comemorativa.


O IBAD nesta semana estará em festa e recebera seus ex-alunos, são 50 anos fazendo história no ensino teológico no Brasil, certamente vai ser um momento memorável para a vida de todos os presentes a este evento. Poderão rever o local que marcou e impactou suas vidas em um inicio ou desenvolvimento de ministério. Seja qual foi o estagio ministerial que o aluno quando entrou no IBAD se encontrava, o que ocorreu na sua vida no IBAD foi de grande resultado para sua vida espiritual e ministerial. Pois o IBAD não é só referencia para a formação Teológica no cunho pentecostal, mas também pelo moldar de Deus, podendo então considerar, como uma oficina de um oleiro, “onde os vasos são quebrados e reconstruídos”. Parabenizo aos Fundadores Rev. João Kolenda Lemos e Missionária Ruth Dóris Lemos, guardados nos corações de todos que pelo IBAD, passaram. Os Diretores Rev..Mark Jonatham Lemos e Missª. Helba Galvão Lemos, que são uma força jovem e tem desenvolvido um excelente trabalho dando continuidade ao trabalho iniciado pelos Fundadores. Aos Professores atuais e os que por lá passaram, pelo excelente trabalho e por primarem por interdisciplinaridade teológica em sua aulas, aos funcionários por servirem com amor e dedicação em nas mais diversas funções.


A Todos Minhas Considerações. Um Abração.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

FILOSOFIA DA RELIGIÃO.

FENOMENOLOGIA DAS RELIGIÕES HISTÓRICAS

As religiões chamadas históricas se caracterizam pelo fato de estarem de alguma forma inseridas no processo histórico conhecido.
Elas se distinguem entre si de várias formas, mas aqui adotamos a classificação segundo a idéia que fazem de Deus, por ser a mais comum e mais didática:
- Religiões monoteístas
- Religiões politeístas
- Religiões panteístas
- Religiões monistas.

RELIGIÕES MONOTEÍSTAS

São as religiões que crêem em um único Deus, Criador e Soberano Senhor.
Sob o ponto de vista fenomenológico, podemos distinguir dois monoteísmos:
- Explícito: no qual se presta culto efetivo a Deus.
- Implícito: no qual falta este culto efetivo.
1) Monoteísmo explícito: a rigor, só existe um monoteísmo verdadeiro, o do Antigo Testamento: Javé é Deus único e solitário. O monoteísmo do Islã é tributário do monoteísmo bíblico. Quanto ao monoteísmo do Cristianismo, é “sui generis” porque admite três realidades pessoais na natureza divina. Também o monoteísmo de Zoroastro não é tão rigoroso, pois o princípio do mal age, ao que parece, com liberdade e até contra os planos e Ahura Masda, o Deus Supremo.
De qualquer forma, para a fenomenologia religiosa interessa a atitude do crente, e este é monoteísta sempre que presta culto a uma só entidade divina. Por isso, alguns autores se inclinam a ver monoteísmo, ou ao menos tendências monoteístas, dentro mesmo de certas religiões politeístas, como segue:
No Egito: a literatura sapiencial do Egito, que remonta seguramente ao ano 2000 a.C., faz muitas referências a Deus tomado de modo absoluto, tal como na Bíblia, sugerindo um monoteísmo primitivo, que foi abandonado pelo povo, mas conservou seu prestígio entre os intelectuais, justificando a reforma religiosa empreendida pelo faraó Aquénaton, que propôs um Deus Supremo (Áton: o disco solar) em substituição aos grandes deuses de seu tempo. Infelizmente, a sua reforma religiosa não vingou, pela oposição do clero do deus Amon e pela indiferença popular.
Na Mesopotâmia: Nabucodonosor guinda Marduk, deus de Babilônia, a Supremo Ser, mas sem abolir o culto aos demais deuses do país. Não se trata de monoteísmo, mas é sintomático e não deixará de ter influência posterior no advento do Masdeísmo e Cristianismo.
Na China: o culto do Senhor do Céu, como Ser Absoluto, favorecido pelos imperadores com fins políticos, como o de Nabucodonosor, corresponde a uma tendência das classes cultas, que mais tarde se vai firmar no Taoísmo.
Na Índia: o fenômeno peculiar do henoteísmo denuncia um monoteísmo latente, não só nas classes cultas como na alma popular; além disso, o próprio conceito de Brahman implica em um monoteísmo nuclear, que, infelizmente, foi sufocado pela especulação monista.
Entre gregos e romanos: tanto Zeus como Júpiter são cultuados como deuses supremos, principalmente entre os filósofos, que lhes atribuem tal soberania e transcendência que só pode revelar uma convicção monoteísta profunda.
2) Monoteísmo implícito: o conceito é ainda muito obscuro porque envolve não só a crença dos povos primitivos, como também a dos povos civilizados. Pode-se, porém, dizer que no caso do monoteísmo implícito Deus não é cultuado como tal mas está presente (implícito) na crença religiosa do povo. Apresenta duas modalidades:
Deus ocioso: é um Deus tão transcendente que raras vezes intervem nas coisas mundanas, pelo que o povo prefere invocar os “espíritos intermediários”. É o caso de Olorum entre os Yoruba da África.
Deus vivo: é um Deus tão ativo que se confunde com as próprias forças naturais, que são cultuadas em seu lugar. É o caso do “Pai do Céu”, dos povos pastores; do “Senhor dos Animais”, dos povos caçadores; da “Terra-Mãe”, dos povos agricultores.
3) Reflexão teológica sobre esta fenomenologia: R. Pettazzoni, em L’Essere Celeste..., assim explica esta tríplice tipologia do Deus vivo: O “Pai do Céu” é próprio da cultura pastoril porque o pastor depende da chuva e do sol para a fertilidade dos pastos. O “Senhor dos Animais” corresponde à cultura da caça, porque o caçador depende da facilidade com que pode obter a caça. A noção de “Terra-Mãe” facilmente se compreende na cultura agrícola, de feição matriarcal, porque o homem depende da mulher, que lhe dá os filhos, e da terra, que lhe dá os frutos. Trata-se de uma visão “econômica”, própria de autores que não conseguem desvencilhar-se de certos preconceitos sociológicos ao tratar do problema religioso...
Por isso, julgamos oportuno inserir aqui uma reflexão teológica, quando mais não seja para também ver as coisas de outro modo...
O “Pai do Céu”: afirmar que os povos pastores cultuam um deus celeste porque defendem do céu para viver, é dar uma explicação muito pobre deste fenômeno religioso, pois na verdade não explica por que o “Pai do Céu” é concebido como um Deus Supremo, imenso, onipotente, remunerador. Afinal, estes atributos divinos nada têm a ver, na sua transcendência, com os interesses econômicos dos povos pastores... Aqui estamos diante de considerações mais profundas, que se prendem à própria experiência religiosa do homem em face do “Sagrado”, manifestada na grandeza do céu material. Com efeito:
A imensidade do céu: provoca a reflexão sobre o poder de seu Criador.
A presença do céu: em todos os horizontes sugere a providência divina em favor dos homens.
A luminosidade do céu: leva a refletir sobre a sublimidade e santidade do Ser Supremo...
O “Senhor dos Animais”: como a sobrevivência dos homens caçadores depende do bom sucesso da caça, que é sempre incerta, é compreensível que eles liguem este sucesso ao favor de um poder superior. Mas se chegam a conceber este poder como um Ser Superior, com atributos transcendentes, então deve-se pensar que aqui entra uma consideração mais profunda, fruto de uma experiência religiosa na qual o “Senhor dos Animais” é visto, não apenas como um poder limitado ao mundo dos animais, mas como um poder universal, absoluto, que pode dispor das coisas de modo a favorecer o homem que lhe pede sucesso na caça...
A “Terra-Mãe”: como a sobrevivência dos povos agrícolas depende dos frutos da terra e dos filhos gerados pela mulher, é compreensível que a sua experiência religiosa sobre um poder universal se ligue de modo particular aos fenômenos agrícolas, como a semeadura, a messe, a irrigação, etc. Aqui cabe igualmente a pergunta: Por que o agricultor primitivo chegou ao conceito de “Terra-Mãe” como um poder absoluto, divino, sagrado? Parece que a resposta deve ser encontrada no próprio fenômeno da fertilidade da terra e da mulher, isto é, no próprio fenômeno da “vida”, que se impunha como uma força misteriosa, escapando ao controle do homem... O interesse econômico apenas serviu de estímulo para uma reflexão profunda, que redundou na concepção sagrada do fenômeno natural da fertilidade...

RELIGIÕES POLITEÍSTAS

O politeísmo (poli: muitos; theoi: deuses) é um fenômeno religioso muito espalhado, encontrando-se em quase todos os povos e civilizações, mesmo hoje em dia. Daí a dificuldade de precisar a sua fenomenologia, que se confunde com as mais variadas formas religiões, pelo que o seu estudo é feito comumente na própria História das Religiões. Aqui nos contentaremos com algumas observações mais gerais.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

segunda-feira, 13 de outubro de 2008