sexta-feira, 25 de janeiro de 2013


AS INIMIZADES NO CONTEXTO ISRAELENSE.

No que se refere a Israel, o AT de fato contém respostas para a pergunta pelo distanciamento em relação a pessoas e grupos de pessoas estranhas e pela ligação com as aparentadas ou afins. Trata-se, porém, de respostas que outra coisa não era de se esperar estão revestidas pelo manto da saga ou do extrato de saga na forma de notas e listas. Faz parte da essência da saga reduzir e retratar simplificadamente desdobramentos e constelações históricos complicados. Por isso as afirmações que Israel faz de si mesmo sobre esse tema se apresentam como afirmações sobre as relações de parentesco, de amizade e de inimizade de seus pais. O caminho percorrido pela tradição da saga é o seguinte: cada grupo de pessoas, cada povo, cada comunidade humana, seja lá que características tiver inclusive o próprio Israel é feito remontar a um ou mais ancestrais fictícios. Se tiverem o nome do grupo que representam, esses patriarcas se chamam epônimos. Esse procedimento oferece a possibilidade de apresentar o parentesco dos povos e das comunidades entre si e suas distinções de outros na forma de genealogias dos ancestrais e de narrá-los em sagas de amizades e inimizades dos pais.  Por trás disso está o pensamento genealógico, profundamente enraizado na Antigüidade, em especial na Antigüidade oriental: o interesse de compreender e de representar plasticamente as macro-relações humanas em analogia às micro-relações humanas. Trata-se de um enfoque micro-cósmico do macrocosmo do mundo das nações e das pessoas, uma redução ingênua e irrefletida da multiplicidade de fenômenos e processos históricos. Sobre o modo de pensar dos povos do Oriente Antigo, e com isso também sobre o de Israel, pesa a obrigatoriedade da associação das famílias e dos clãs. Ela determina sua consciência e faz com que acontecimentos históricos complicados apareçam de forma simples como reprodução, amizade e inimizade.  Com isto notamos as divergências políticas, sociais e religiosas, que existem entre Israel e as Nações vizinhas, muitas vezes são causas históricas, fatores herdados pelas ações que ficaram registradas pelas interações no transcurso da jornada de Israel desde seus contatos externos com os povos de o circundam. O que ocorre hoje envolve fatores que mesmo com sentidos políticos, são históricos e estão dentro da esfera dos micros e macros cosmos dos povos que Israel convive. 

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