A REALIDADE DA TEOLOGIA ATUAL
A
teologia atual encontra-se em agitação e muitas incertezas, acarretadas pelas
controvérsias. Quando lancei a primeira edição deste livro em 1954, disse o
seguinte: “Há uma tendência no sentido de que os teólogos procurem fixar um
terreno intermediário, de modo que consigam harmonizar-se, fugindo aos
extremos.” Essa tendência veio a acentuar-se nos últimos anos da década de
1950. Tornou-se muito comum ouvir-se a confissão de pensadores neo-ortodoxos de
que tinham abandonado precipitadamente muitas verdades advogadas pelo
liberalismo, enquanto, por outro lado, alguns liberais começaram a falar com
certo entusiasmo a respeito das correções necessárias, já feitas pela
neo-ortodoxia. Os conservadores encontram intuições muito promissoras em ambos
os grupos acima referidos. Ainda nos primeiros anos da década de 1960, esses
excelentes indícios de bom entendimento conturbaram- se. Verificou-se, então,
que os teólogos voltaram à mania de se atacarem. Não se admite mais que os
teólogos insistam em acusar seus adversários de “heréticos”, mas é usual que
eles procurem diminuir a força dos argumentos adversários como sendo
“irrelevantes”.
Não
podemos, no espaço reservado para este nosso propósito, fazer mais do que
traçar um esboço muito rápido de algumas das tendências notáveis da teologia.
Ainda é cedo demais para saber qual delas venha a tornar-se na voz do futuro de
modo que devesse merecer aqui um tratamento condizente. Espera-se que o próprio
leitor se sinta inspirado a tomar em consideração as novas tendências,
estudando-as por si mesmo.
Atrás de
todas as recentes tendências da teologia, verifica-se o interesse profundo que
existe no sentido de que se procurem soluções para os graves problemas de nossa
época (por isso mesmo, o defeito de irrelevância vem a ser o mais odioso que se
pode atribuir a um teólogo qualquer). O leitor atento dos capítulos precedentes
compreenderá que isso não é coisa nova. Haveria alguém entre os teólogos já
estudados que não participasse desse interesse para com o que seja relevante?
Qual é, então, a novidade? Prevalece por toda parte atualmente a impressão de
que o mundo se encontra em estonteante processo de mudanças e que, por isso
mesmo, qualquer teologia ou igreja que se proponha a fazer-se ouvida há de
demonstrar-se com suficiente disposição de também mudar com vivacidade e
radicalmente
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