A carta à igreja de
Filipos é considerada a mais bela do
Novo Testamento. Ela transborda de alegria, generosidade e entusiasmo. Destacamos alguns pontos: Em
primeiro lugar, o autor da carta. O apóstolo Paulo, corajoso missionário,
ilustrado mestre, articulado apologista, estadista cristão e fundador da igreja
de Filipos, é o remetente da carta. Há abundantes evidências internas e externas
que provam conclusivamente que Paulo foi o autor dessa carta. Os pais da Igreja
primitiva Policarpo, Irineu, Clemente de Alexandria, Eusébio e outros afirmam a
autoria paulina dessa carta. Paulo recebeu uma refinada educação secular e
religiosa (At 22.3). Ele era um líder do
judaísmo na cidade de Jerusalém. Era um fariseu, ilustre membro do Sinédrio,
que deu seu voto para matar alguns seguidores de Cristo (At 26.5,10). Convertido a Cristo, foi destinado
como apóstolo aos gentios. Foi enviado pela igreja de Antioquia como missionário transcultural, e, na sua segunda
viagem missionária, esteve em Filipos, onde plantou a igreja. Dez anos depois, quando preso em Roma, escreveu a
carta à igreja de Filipos. Em segundo
lugar, onde e quando a carta foi escrita. Essa
é uma carta da prisão. Paulo esteve preso três vezes: em Filipos (At
16.23), em Jerusalém e Cesárea (At 21.27–23.31)
e finalmente em Roma (At 28.30,31), nesta última em duas etapas. Há evidências abundantes de que
Paulo escreveu de Roma, essa carta no final da sua primeira prisão. Três fatores parecem provar essa tese: Primeiro,
as demais cartas da prisão foram
escritas de Roma (Efésios, Colossenses, Filemom), onde Paulo passou mais tempo
em cativeiro. Segundo, em Filipenses 1.13 Paulo menciona a guarda pretoriana (o pretório). Terceiro, em
Filipenses 4.22 Paulo envia saudações
dos “da casa de César”, todos os que faziam
parte das lides domésticas do imperador. Werner de Boor afirma que quando essas três coisas – prisão,
pretorianos, casa de César – convergem, não faltam muitos argumentos para tomar a decisão a favor de “Roma”. Essa
carta foi escrita no final da primeira prisão em Roma, e não durante a segunda
prisão, visto que Paulo tem vívida
esperança de rever os Filipenses (1.19,25) e ainda desfrutava certa liberdade a
ponto de receber livremente seus visitantes (At 28.17-30). Paulo ficou preso em
Roma, nessa primeira reclusão, cerca de dois anos, aproximadamente nos anos 60
a 62 d.C. Ele escreveu a Carta aos Filipenses já no final de 61 d.C.
Evidentemente essa foi a última carta escrita no período dessa primeira prisão.
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