domingo, 18 de agosto de 2013

WEBER E SUA CIÊNCIA SOCIAL.

Weber vai vivenciar em seu período um polemico debate envolvendo as ciências da natureza e do espírito e nos seus interiores o papel dos valores e a possibilidade da formulação das leis.
Weber vai se propor a capacidade que teria o materialismo histórico de encontrar explicações adequadas a história social. Weber que é herdeiro do pensamento de Nietzsche, que defende a vontade de poder, expressa na luta entre valores antagônicos, é que vai tornar a realidade social, política e econômica compreensível.
Weber visualiza a ciência como sendo uma vocação organizada em disciplinas especiais a serviço do auto esclarecimento e conhecimento de fatos inter-relacionados. A ciência vai ser um procedimento altamente racional que vai procurar explicar as conseqüências de determinados atos, enquanto a posição política pratica vincula-se a convicções e deveres.   O objeto de estudo científico de Weber é a ciência social, nesta o cientista vai possuir uma ação seletivista, onde os valores serão um guia para a escolha de certo objeto pelo cientista, de onde vai definir uma certa direção para sua explicação e os limites da cadeia causal que vai ser capaz de estabelecer, sendo assim ambos orientados por valores. Para o cientista social chegar ao conhecimento social que pretende, precisa efetuar quatro operações: Estabelecer leis e fatores hipotéticos, analisar e expor o agrupamento individual desses fatores remonta o passado para descobrir como que se desenvolveram as características individuais daqueles agrupamentos para poder explicá-los e avaliar as constelações no futuro. A explicação de um fato significativo vai incluir os pressupostos, pois eles foram escolhidos uma função de valores, assim Weber vai rejeitar a possibilidade de uma ciência social que reduza a realidade empírica e as suas leis.
Para Weber os fenômenos culturais que são infinitamentes diversos é subjetivo, sendo o ponto de vista humano capaz de lhes conferir sentido; construir as relações e elaborar os conceitos que serão importantes para a atuação empírica, que vai permitir tomar consciência do que é especifico aos fenômenos culturais.
As ciências sociais vão ter uma importância no âmbito de compreender as peculiaridades da vida que nos rodeia, composta de uma diversidade quase infinita de elementos. Procurando assim o cientista social compreender uma individualidade sociocultural formada de componentes historicamente agrupados.
Somente as ações compreensíveis são objetos da sociologia que é uma ciência generalizadora, que constrói conceitos unívocos porque procuram ser formulas interpretativas através das quais se apresenta uma explicação racional para a realidade empírica que organiza.
Mencionando sobre o que vai dar valor a construção teórica vai dizer que a concordância entre a adequação de sentido que propõe e a prova dos fatos que lhe ira conceder este valor. Do ponto de vista heurístico a elaboração de um instrumento que oriente o cientista social em sua busca de conexões causais vai ser muito importante, este modelo de interpretação-investigação vai ser o tipo ideal, sendo o que ira se valer o cientista para guiar-se na infinidade do real. Devendo suas possibilidades e limites ser a unilateralidade, á racionalidade e o caráter utópico. Que ao elaborar o tipo ideal, parte-se da escolha numa realidade infinita de alguns elementos do objeto que serão considerados pelo investigador os mais importantes para dar a explicação.
Weber reconhece e valoriza os posicionamentos de Karl Marx, sobre capitalismo lhes considerando inclusive tipos ideais, embora possuindo validez empírica ou imaginar que são tendências ou forças ativas reais, Weber parte de uma descrição provisória que lhe serve como guia para a investigação empírica. Desenvolvendo e construindo este conceito até chegar a sua forma definitiva.
A sociologia é para Weber a ciência que pretende entender, interpretando-a ação social para dessa maneira, vir a explicá-la  em seu desenvolvimento e efeitos.observando suas regularidades as quais se expressam na forma de usos,costumes ou situações de interesses.  As explicações sociológicas vão procurar compreender e interpretar o sentido, o desenvolvimento e os efeitos da conduta de um  ou mais indivíduos.
Weber vai construir quatro tipos ou ideais de ação, sendo estes: A ação racional com relação a fins, a ação racional com relação a valores, a ação tradicional e a ação afetiva. Sendo sem duvida muitas as combinações que vão surgir entre a maior e menor nitidez, ao qual o agente vai perceber suas finalidades e os meios de que devera servir-se para alcançá-las. A ação de um indivíduo será classificada como racional com relação a fins, se para atingir um objetivo ela lança mão dos meios necessários ou adequados.
A relação social é  a probabilidade  de que uma forma determinada de conduta social tenha em algum momento seu sentido partilhado pelos diversos agentes numa sociedade qualquer. Tendo como exemplos de relações sociais as de hostilidade, de amizade, as trocas comerciais, a concorrência econômica, as relações eróticas e políticas. Onde vai surgir o partilhar de ações entre as pessoas que participam destas relações.  O caráter recíproco da relação social não significa uma atuação do mesmo tipo por parte de cada um dos agentes envolvidos. Apenas quer dizer que uns e outros partilham a compreensão das ações, sabendo todos do que se trata, mesmo não havendo correspondência. Cada indivíduo ao envolver-se nessas ou em quaisquer relações sociais, toma por referência certas expectativas que possui da ação do outro, aos quais suas condutas se referem.
O Estado, a Igreja e o Matrimônio para Weber vão ser pretensas estruturas sociais que só existem de fato enquanto houver a probabilidade de que se dêem as relações dotadas de conteúdos significativos que as constituem e se isto não existir estas instituições deixaram de existir. Para Weber instituição vai ter um sentido inovador, pois não são outra coisa que desenvolvimentos e entrelaçamentos de ações espicificas de pessoas individuais. Assim podemos identificar na maioria das relações sociais, elementos comunitários e societários, assim como há motivos afetivos,tradicionais, religiosos e racionais mesclados em quase todas as ações.
Weber tem uma concepção de uma sociedade construída a implicando numa separação de esferas, como a econômica, religiosa, política, jurídica social e cultural; cada com suas lógicas particulares de funcionamento. Sendo o seu agente individual a unidade da analise sociológica, a única entidade capaz de conferir significado as suas ações.
Sendo as pessoas que possuem a mesma condição de propriedades e habilitações englobadas numa mesma situação de classe então o mercado vai funcionar como motivador das ações e de seus significados, pois é através dele que as pessoas lutam para vencer e alcançar poder e posição econômica. O significado das ações podem ser definidos segundo critérios vigentes na ordem social, que é onde se opera a luta por honra e prestigio se dando a sua distribuição. Aqui, o conteúdo das relações sociais é baseado em regras de pertença a grupo de status. Estes expressam sua honra por meio de um estilo de vida típico, constituído pelo consumo de certos bens, por determinados modos e comportamentos, pela celebração de casamentos endogâmicos e vestimentas; ligadas a essas expectativas, existem limitações a vida social.    É por conceber a sociedade dividida em instancias que Weber distingue entre os conceitos de classe fenômenos puramente econômico e definido na esfera do mercado de consciência de classe e adscrito a esfera social. Weber vai ver na consciência de classe um caráter contingente, ao contrario de Marx que vai postular uma correlação entre estes dois planos.  O significado das condutas não se encontra em possíveis transformações estruturais da sociedade ou na manutenção do status quo, mas pode ser essencialmente racional concernente aos fins.  Nestas duas situações vai ficar especifico nas configurações especificas que nele se desenha.
São as castas grupos fechados referentes aos seus status que seus privilégios e distinções estão assegurados através de leis, convenções e rituais. Estas castas implicam num tio de subordinação entre grupos com maiores ou menores privilégios.
O poder no âmbito da sociologia vai possuir um conceito amorfo, já que implica na probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social. A probabilidade de encontrar obediência dentro de um grupo a um certo mandato torna os conceitos de dominação e de autoridade de interesse para a Sociologia já que possibilitam a explicação da regularidade do conteúdo de ações e das relações sociais.  A dominação legitima esta dividida em três: A legal, a tradicional e a carismática, ou seja, a dos sacralizados pelos seus atos, a dos patriarcas que vai ser a tradicional e a dos profetas ou dos que possuem os dons dominando no âmbito da espiritualidade.   O poder vai causar a luta não só pelo sentido econômico, mas para ser alcançada a honra.
No sentido da dominação Weber vai se interessar por duas formas; a carismática e burocrática. A burocrática correspondendo ao estilo moderno de administração e a outra vai ser a cujo os sentidos não são racionais, sendo a tradicional mais eficiente que a carismática, mas em algumas situações podem se assemelhar querendo uma eliminar a outra. 
Weber vai abrir espaço para um tipo de liderança capaz de produzir mudanças significativas em relações sociais marca das pela racionalidade - seja na esfera política ou na religiosa, num tipo de dominação tradicional ou burocrática.
Na religiosidade de salvação a diferença histórica entre o ocidente e o oriente vai ser que um vai se fixar na contemplação e o outro no ascetismo. Para Weber a Igreja vai servir de uma estrutura de coação. Weber vai ver esta questão de religiosidade e toda a necessidade de salvação como uma indigência, sendo por isso a opressão econômica ou social  uma fonte eficiente, ainda que não exclusiva, de seu renascimento.  O processo de burocratização também ocorre na economia e na empresa modernas a partir do estabelecimento de um controle contábil de custos, de formas racionais de organização do trabalho e da mecanização. Com a finalidade de obter o máximo lucro, as empresas capitalistas procuram organizar de modo racional o trabalho e a produção.
 Weber vai responder às suas indagações mais persistentes e fundamentais sobre o desenvolvimento do capitalismo no Ocidente e da racionalização da conduta promovida por um sistema ético, por meio do que se torna sua obra mais conhecida: A ética protestante e o espírito do capitalismo.  Weber vai chamar A essa dedicação verdadeiramente religiosa ao trabalho ele chamou vocação, fruto de um ascetismo mundano, oposto ao ascetismo católico em dois pontos fundamentais: primeiro, no seu caráter de ação metódica no mundo e, segundo, na valorização do sucesso econômico.
Weber adverte ter analisado apenas uma das possíveis relações entre o protestantismo ascético e a cultura contemporânea e que não pretendeu contrapor sua análise ao materialismo de Marx, mas evidenciar as outras conexões causais possíveis que contribuem para a realização de uma individualidade histórica concreta: o capitalismo ocidental.

Portanto concluindo podemos constatar que Weber vai procurar analisar as sociedades ocidentais e orientais, dentro dos seus elementos de interação e comando; para chegar a conclusão das suas importâncias e sentidos para o monitoramento e influencia dos que lhe governam e nela tem sua sobrevivência. 

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