Tenho escrito ultimamente alguns textos mais direcionados na educação, pois mesmo este blog, tendo outro foco adoto a transdisciplinaridade.
A gestão escolar que ousa permitir
e propor a efetivação da autonomia, irá sair do gabinete da direção, e estar
convivendo com docentes e discentes dentro de suas realidades, ideais, culturas
e sonhos. Pois só assim ira oportunizar o seu espaço escolar, como local de
realizações de novas propostas e metodologias, para que a educação não seja
presa a uma instituição, mas as realidades com que convive em sua interação
social. A gestão não pode se sentir confrontada e até ameaçada, por perceber em
sua escola manifestações de autonomia por parte do corpo docente e discente;
mas acreditar que será uma oportunidade para o crescimento da escola, como
centro de expansão intelectual e profissional da sociedade.
Por autonomia
neste artigo quero dizer pela ação de liberdade de expressão, ou seja, todos
tem o direito de expor suas ideias e propor mudanças, inclusive o corpo docente
de desenvolver suas próprias metodologias e práticas pedagógicas. A escola que através de sua gestão considera a
autonomia, possibilita meios para que esta seja efetiva no espaço escolar;
conduzindo os seus alunos e professores a pratica da problematização e
criticidade dos conteúdos e métodos, fazendo sempre uma leitura e releitura dos
espaços de suas ações para produzir uma educação contextualizada aos horizontes
de sua efetivação social e educacional.
A autonomia do aluno, deve ser
valorizada pelo professor, como uma oportunidade de um confronto ideológico
resultado desta dialética professor aluno. Corrêa (2006, p.151) considera os
alunos como “treináveis” e sobre eles diz: “Os treináveis são os que podem
ficar soltos, que tem liberdade de escolha e vontade própria, adequadas para o
controle a céu aberto”. Nesta perspectiva o aluno não pode ser reprimido no
espaço escolar e na sala de aula, suas ideias e posicionamentos devem ser
ouvidos pelo professor, que deve por sua vez avaliar a dimensão destas
ideologias construídas por seus alunos, não com censura, mas oportunizando-as
para o dimensionamento do ensino, que foca no futuro dos seus alunos, lhes
introduzindo a uma criticidade que não é anárquica mas progressista. Portanto a
gestão escolar que prioriza está pratica, se mobiliza para ser cada vez mais
receptiva e auditiva aos seus alunos.
Sujeitos autônomos não causam o
descontrole social e político como muito vezes defendem os governantes e
gestores escolares, se soubermos controlar respeitando cada um seus espaços,
todos podemos praticar uma manifestação autônoma sem deseshienraquizar a
estrutura escolar; desenvolvendo assim uma educação de qualidade. Carvalho
(2013, p. 91) falando como ocorre está educação, diz: “para uns a “educação de
qualidade” deve resultar na aquisição de diferentes “competências” que tornarão
os alunos trabalhadores diligentes; para outros, líderes sindicais
contestadores, cidadãos solidários ou empreendedores êxito, pessoas letradas ou
consumidores conscientes”. Como percebemos
uma educação que prima pela qualidade vai propor e permitir nos seus espaços a
autonomia, mesmo que para cada classe social a leitura e interpretação desta
seja diferente, ela é construtiva e possibilita ao aluno, a conscientização de
suas capacidades e podendo assim se descobrir.
A didática com seus métodos,
instrumentos e avaliações concede ao docente os caminhos para sua ação
pedagógica. Estes não podem ser limitados e fixos a uma só visão, muitas vezes
sendo somente a do professor e seu gestor, mas sim possuir uma autonomia em sua
pratica docente, como propõe Demo sobre a função do professor (2012, p.85):
“Função do professor, não é substituir o esforço, a iniciativa, a criatividade,
o desafio dos estudantes, mas contribuir para sua realização com autoria e
autonomia.” O professor que permiti esta
ação em sala de aula, não retêm o aluno, mas o estimula facilitando o processo
de construção do saber, impulsionando seus alunos a ampliarem seus
conhecimentos a partir de suas próprias ações, assim o professor vai ser um
orientador do estudo que o aluno desenvolvera por seus próprios meios de
aquisição e exploração do saber. Assim a metodologia e pratica pedagógica
constrói alunos reflexivos e sujeitos críticos, prontos para novos desafios e
realidades.
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