O SUCUMBIR DA RAZÃO
(Shaffer,
1977) “Através da Renascença, de Dante a Miguel Ângelo, gradualmente a natureza
se fez mais inteiramente autônoma. Ela libertou-se de Deus à medida que os
filósofos humanistas começaram a operar cada vez mais à vontade. Quando a
Renascença chegou ao seu clímax, a natureza havia devorado a graça”. Declaração
feita sobre o momento em que a razão na história da humanidade alcança o seu clímax,
período da intelectualização mais notório, vindo a ser proclamado um culto ao
saber. Com isto a ciência e as artes ocuparam grande espaço na sociedade, sendo
as mandatarias do universo social, político e religioso deste período. O academicismo surge como o maior expoente do
Ser, tendo o intelectual como o mandatário das mais diversas áreas e segmentos
da sociedade. Nesta época no século dezesseis a dezessete surge o movimento da
reforma protestante, que vai nascer em meio a este ambiente, do culto ao saber,
tendo a razão como o cerne dos ideais da humanidade.
A razão causa um período onde a fé
torna-se intelectualizada sendo defendida apenas em teses e não em pratica; mas
os estímulos e desafios da reforma causam o crescimento da crença, gerando
novas convicções, vindo a razão iniciar a ser superada. (Schaeffer,1977)
declara: “A posição bíblica, acentuada pela Reforma, sustenta que nem a
concepção platônica nem a humanista satisfaz. Primeiro, Deus fez o homem todo e
está interessado na totalidade do ser humano. Segundo, quando se deu a Queda, fato
histórico que ocorreu no tempo e no espaço, ela afetou o homem inteiro. Terceiro,
à base da obra de Cristo como Salvador e mercê do conhecimento que temos na
revelação das Escrituras, há redenção para o homem no seu todo”. Esta ênfase nos
demonstra que a defesa bíblica, pautada pela reforma, vem modificar as reações
e concepções da humanidade, afetando inclusive os centros acadêmicos, causando
novos horizontes, retirando o destaque exclusivo da razão sobre a fé, vindo
assim a iniciar o movimento que fortaleceria a fé, a dignificando em uma sociedade
racional, que cultuava a razão. A razão assim começa a ser confrontada em
muitos dos seus fundamentos, para que a fé, geradora de convicções eternas,
permaneça para sempre, em todos os tempos, assim a rota social e mudada, os
homens começam a enxergar novos horizontes além do saber.
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