A estrutura da
teologia de Barth e completamente cristocêntrica. O começo, o meio e o
fim de toda doutrina e a figura de Jesus Cristo - sua vida, morte, ressurreição,
exaltação e união eterna com Deus, o Pai. A cada encruzilhada doutrinaria, Barth
levantava a seguinte questão: Qual a visão correta disto a luz do agir de Deus
em Jesus Cristo? Essa estrutura cristocêntrica oferece a coerência e unidade que
fazem da extensa teologia de Barth um sistema. Para o teólogo suíço, Jesus
Cristo e a única e singular revelação de Deus sobre si mesmo, a Palavra de
Deus em pessoa. A partir dessa declaração básica de fé, Barth deduziu a
divindade de Jesus Cristo: “a revelação e a interpretação desse Deus acerca de
si mesmo. Se estamos tratando de sua revelação, estamos tratando do próprio
Deus e não... de uma entidade distinta dele”. Um dos axiomas básicos de Barth e
que por trás da realidade deve haver a possibilidade correspondente. Assim, se
Jesus Cristo e quem a fé indica que ele e - a inigualável revelação do próprio
Deus então, de algum modo, ele deve ser idêntico a Deus e não simplesmente um
agente ou representante de Deus. Por trás da realidade da revelação e dentro
dela, portanto, está a sua possibilidade - o Deus Triuno. Barth via na doutrina
da Trindade a única resposta possível para a pergunta: Quem e esse Deus que se
revela? Ele afirmava: “Assim, e o próprio Deus, o mesmo Deus sem prejuízo de
sua unidade, que, de acordo com a compreensão bíblica de revelação, e, ao mesmo
tempo, o Deus que se revela, a revelação em si e também o seu impacto sobre os
homens”.
Contradizendo diretamente a abordagem de Schleiermacher, Barth
colocou a doutrina da Trindade como ponto de partida para a teologia. Ele
argumentava que: A doutrina da Trindade e o que, basicamente, define o caráter cristão
da doutrina de Deus e, portanto, distingue como sendo cristão o conceito de revelação,
diferente de outras doutrinas possíveis sobre Deus e sobre o conceito de revelação. De acordo com Barth, portanto, a revelação de Deus e o próprio
Deus. Deus é quem ele se revela ser. Em decorrência disso, Jesus Cristo,
como única e inigualável revelação de Deus, e idêntico a Deus e, portanto,
verdadeiramente humano e verdadeiramente divino: “Jesus Cristo não e um
semideus. Ele não e um anjo. Também não e um homem ideal” . “A realidade de
Jesus Cristo está no fato de o próprio Deus encontrar-se presente encarnado. O próprio
Deus e Sujeito, sendo e agindo de modo humano”
Barth deixou
claro que, ao falar sobre Jesus Cristo, ele estava falando sobre a encarnação
da “Segunda forma do Ser” (Seinsweise) de Deus. Ele preferia o termo “forma”
ao invés de “pessoa” pois, aos ouvidos modernos, a palavra pessoa inevitavelmente
implica “personalidade” e Deus tem apenas uma personalidade. Se Jesus Cristo fosse uma outra personalidade,
diferente do Pai, ele não poderia ser a revelação do Pai. De acordo com
Barth, Pai, Filho e Espirito Santo são formas divinas de ser que existem
eternamente dentro da unidade absoluta de Deus. Ainda, a distinção entre essas
formas estabelece a precondição para a revelação de Deus em Jesus Cristo e sua presença
espiritual dentro da vida da igreja. Deste modo, quando Barth dizia que “Deus e
Jesus Cristo e Jesus Cristo e Deus”, ele queria que essa afirmação fosse compreendida
dentro do contexto da Trindade. Jesus Cristo e a segunda forma do ser de Deus,
a reafirmação da própria personalidade do Pai.
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